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Pautando Minas - Em crescimento contínuo nos últimos três anos completos, a criminalidade violenta em Minas Gerais segue em disparada em 2014. O balanço da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) para o primeiro trimestre do ano aponta 26.323 ocorrências de homicídios e latrocínios, o que representa um salto de 27,3% em relação aos 20.666 crimes desse tipo registrados de janeiro a março de 2013. No primeiro trimestre de 2014, os crimes que mais aumentaram foram os roubos, com taxa de 32% em relação ao primeiro trimestre de 2013.
A despeito da gravidade da situação, o governo do Estado encontrou uma forma de minimizá-la, destacando como 'avanço' na segurança pública nos primeiros três meses do ano a queda de 23,6% dos casos de extorsão mediante sequestro e de 12,6% no número de estupros.
Os números oficiais da Seds para anos completos mostram que os registros de crimes violentos em Minas atingiram a marca de 87.996 em 2013, com elevação assustadora de 73,8% em relação aos 50.625 de 2010. O crescimento, ano a ano: 30,4% em 2011, com 66.061 casos, 8,6% em 2012, com 71.737, e mais 22,66% em 2013 em relação ao ano anterior. A estatística considera sete tipos de crimes: homicídio consumado, homicídio tentado, sequestro e cárcere privado, roubo consumado, extorsão mediante sequestro, estupro consumado e estupro tentado.
Em Belo Horizonte, os casos de roubo aumentaram 28,5% no primeiro trimestre de 2014, em comparação com o mesmo período de 2013. Também cresceram os números de estupros consumados (10%) e as tentativas de homicídio (8,5%). Houve queda de homicídios consumados (8,5%), extorsão mediante sequestro (44%) e de estupros tentados (13%).
Em entrevista ao jornal O Tempo, o pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Frederico Marinho disse que o avanço da criminalidade no Estado desde 2010 tem relação direta com a falta de investimentos e de políticas públicas na segurança. "Pior que o aumento sistemático da criminalidade é a falta de resposta do Estado em curto prazo", criticou.
Já o secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz, atribuiu o recrudescimento dos indicadores de criminalidade, em especial dos crimes contra o patrimônio, a "uma tendência em todo o país". Ferraz garantiu ao jornal que neste ano haverá reforço no efetivo das polícias Civil e Militar tanto no setor administrativo das corporações como nas ruas, "para que haja aumento da sensação subjetiva de segurança na população".
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