segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

ELEIÇÃO EM MINAS: PIMENTEL UM NOME CONHECIDO

A sinalização dada por PT e PSDB com o lançamento das pré-candidaturas do tucano Pimenta da Veiga e do petista Fernando Pimentel para a disputa ao governo de Minas vai colocar frente a frente dois políticos mineiros com trajetórias parecidas. E, como ambos foram prefeitos de Belo Horizonte – o primeiro, em 1989 e o segundo, em 2003 – e também ministros de Estado, nada mais natural do que as campanhas compararem currículos e administrações.

A relevância de gestões passadas no resultado da disputa de outubro, no entanto, é encarada de forma diferente pelas lideranças partidárias. Enquanto o PT pretende destacar o que chama de “inovações” implementadas por Pimentel na capital – sob a justificativa de que as ações do petista ainda estão “frescas” na cabeça do eleitor – o PSDB vai mirar no futuro e na continuidade do trabalho da atual administração.

“Em eleição se fala é de futuro. É claro que a trajetória política do Pimenta dá credibilidade, mas ninguém vota olhando para o retrovisor. A biografia compõe um cenário eleitoral, é um ponto de partida, mas nada decisivo”, argumenta o presidente do PSDB de Minas, deputado Marcus Pestana, ao ser questionado sobre a dificuldade que Pimenta da Veiga poderá enfrentar por ter comandado a capital há quase 25 anos. “A memória do eleitor está mais fresca sobre o governo do Pimentel, mas nosso candidato estará ancorado no apoio de Aécio e no atual governo. Nosso adversário tem fragilidades que vão pesar mais na opinião do eleitor”.

Para o aliado de Pimentel e integrante da coordenação política do petista deputado Miguel Corrêa, a melhor estratégia será dar ênfase ao que o ex-ministro fez na capital. “Ele trouxe o novo para a cidade. Vamos mostrar o Vila Viva, que foi uma transformação imensa, a retirada dos camelôs do centro. Ele representa o novo, diferentemente do nosso adversário”, alfineta.

Análise. Para o cientista político e professor da PUC-Minas Malco Camargos, a diferença temporal das administrações favorece Pimentel, mas não garante o resultado nas urnas. “Certamente o eleitor terá dificuldade em saber o que Pimenta fez. Ele terá que focar a geração mais nova, de até 40 anos, que não vivenciou a política do período”, assegura.

ELEIÇÃO EM MINAS: PIMENTEL COMEÇA COM 3 X 1

A arrancada tucana obrigará o PT a se mexer também, para barrar o avanço rival. Mas, Fernando Pimentel parece não ter pressa em esboçar sua reação. Em posição de conforto nas pesquisas, com mais de 30% em qualquer cenário, o petista inicia o jogo ganhando de 3 X 1. Tem tempo para armar o contra-ataque, sem incorrer em riscos.

OPOSIÇÃO PRECISA MUDAR O DISCURSO URGENTEMENTE

O novo Datafolha convida Aécio e Eduardo Campos à reflexão. Nos últimos meses, a oposição só faltou culpar Dilma pela falta de chuva. E ela quase não se abalou na pesquisa. A tentativa de demonização não funcionou. Os opositores têm que rever essa estratégia. Para crescer, precisam ir muito além da crítica, colocando também ideias e propostas para que os eleitores possam conhecê-los melhor e se convencer de suas intenções. No mais, ao olhos populares, demônios são todos na política