quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O LIVRO QUE ABALOU O TUCANATO

Em entrevista ao 247, Luiz Fernando Emediato, dono da Geração Editorial, revela como o ex-governador José Serra agiu para barrar o livro “Privataria tucana” que vendeu 15 mil exemplares num dia. Segue trecho:

Por Leonardo Attuch

247 – Você esperava esse desempenho de um livro sobre privatizações que aconteceram há tanto tempo?
Luiz Fernando Emediato – Nunca vi nada igual. Foram 15 mil livros vendidos num único dia. É um fenômeno.

247 – Como foi a estratégia de divulgação?
Emediato – Nós tínhamos receio de alguma ordem judicial que impedisse a distribuição. E não mandamos para nenhuma redação. Apenas o autor enviou um exemplar para a Carta Capital, mas todo o barulho foi feito na internet, inclusive por vocês que anteciparam o lançamento. O sucesso prova que há uma grande transformação na sociedade brasileira e revela a força da blogosfera.

247 – A Geração já mandou rodar uma nova edição?
Emediato – Estamos imprimindo mais 15 mil. Subestimamos a demanda, mas o erro não foi só nosso. Algumas livrarias não estavam acreditando. Mas em uma semana o livro estará, de novo, em todos os pontos comerciais.

247 – Você sofreu alguma pressão para não publicar o livro?
Emediato – Eu não diria pressão, mas há alguns dias fui procurado por uma pessoa que propôs uma conversa com o ex-governador José Serra.

247 – Quem foi?
Emediato – Era o Antônio Ramalho, um sindicalista do PSDB que é vice-presidente da Força Sindical.

247 – Você se sentiu intimidado?
Emediato – Não foi exatamente uma intimidação, até porque a abordagem do Ramalho, de quem sou amigo, foi muito elegante. Sentamos, tomamos um café, ele disse que o Serra queria conversar, eu disse que não e pagamos a conta. Num país democrático, quem se sentir incomodado tem o direito de me processar. Teve uma vez que o Guilherme Afif (vice-governador de São Paulo) veio me atacando aos berros, mas eu não dei muita bola.

247 – Você espera muitos processos?
Emediato – Pode ser, mas os nossos advogados dizem que a chance de perdermos é muito pequena. O livro é muito bem documentado. E não há ataques pessoais. São fatos concretos.

247 – Serra é tido como uma pessoa vingativa.
Emediato – Dizem que o Serra não tem adversários, tem inimigos. Eu acho até que já fui vítima dele, numa matéria da Veja, chamada “O lado negro da Força”, onde me enfiaram sem que eu tivesse nada a ver com aquilo. Mas não foi isso que me levou a publicar o livro. E eu, que me senti ofendido pela Veja, processei a revista. Acho que vou ganhar.

MINAS GERAIS:O ATUAL MOMENTO DO GOVERNO MINEIRO

1) Crise financeira. O governo mineiro deve 57 bilhões de reais à União. Recentemente, pediu autorização à Assembléia Legislativa para contrair empréstimos no exterior, em parte, para pagar a CEMIG. Este é um limite efetivo para a capacidade de resposta política do governador. Seu campo de ação está mais limitado. No primeiro ano do governo Aécio a situação parecia similar. Mas aí vem o faro político. Aécio simplesmente cortou na carne e anunciou que não faria grande coisa nos dois primeiros anos. Fez caixa.

2) A oposição renasce em MG. Nos anos Aécio a oposição era figurativa. Não apenas em função da capacidade política do governador, mas principalmente em função da escolha de Lula em fazer afagos ao governo mineiro, estimulando a cizânia tucana. No primeiro ano da gestão Anastasia tudo foi diferente. Clésio Andrade, o ex-vice governador de Aécio Neves, assumiu uma cadeira no Senado atirando no ex-aliado e bandeando para o lulismo. Em seguida, formou-se o bloco parlamentar Minas Sem Censura. O próprio nome adotado pelo bloco oposicionista sugeria que algo havia mudado. PMDB e PT, em especial (o bloco contava, ainda, com PCdoB e PR), afiaram as garras e colocaram o aecismo na parede. O caso do bafômetro carioca envolvendo Aécio foi alçado à condição de nitroglicerina. Em seguida, a greve liderada pelo SindUTE que bateu recorde de dias parados no magistério público mineiro. A superexposição chegou a abalar a montagem da agenda do governador, que temia ser vaiado em cada cidade polo que visitasse.

3) Mudança no núcleo duro de gestão. Em tempos de Aécio, o núcleo duro de gestão era composto por Anastasia, Andrea Neves e Danilo de Castro. Em tempos de Anastasia, Andrea e Danilo perderam poder. Ainda mandam, mas sem grande desenvoltura. No lugar da tríade, emergiu Maria Ceoli Simões Pires, secretária da Casa Civil e Relações Institucionais. Amiga pessoal do governador, Ceoli é técnica e firme. É acionada para quase tudo. Obviamente que esta mudança gera impactos. Tanto no trato com a Assembléia Legislativa, como prefeitos e aliados políticos. Mas o impacto maior fica no interior do governo. Nenhum político gosta de perder poder. E, na prática, criaram-se algumas zonas de auto-governo. A área social continua sem rumo. Sempre há problemas políticos numa transição.

Anastasia implementará mudanças no início de ano. Mais uma semelhança com Dilma Rousseff. A Secretária de Educação está na mira e parece caso certo de mudança. Mas a crise internacional, que afeta duramente Minas Gerais (como todas crises internacionais) diminuirá ainda mais o espaço de manobra do governador.

Começou anunciando inovações, mas terá mais um ano de defesa. Pior, por ser ano eleitoral. PT e PSDB sugerem que pretendem aumentar em 50 prefeitos em seu reinado mineiro. E PMDB afirma que manterá seu atual quadro de prefeitos. Faltará município.

fonte:Ruddá Recci

REAJUSTE DOS APOSENTADOS?

O governo federal não autorizará a inclusão no Orçamento de 2012 de recursos para reajustar acima da inflação as aposentadorias e pensões de quem recebe mais do que um salário mínimo. Porém, os portadores da notícia aos representantes de sindicatos ligados aos aposentados – os ministros Garibaldi Alves Filho (Previdência) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República) – informaram que não está descartada a possibilidade de, no decorrer do próximo ano, algum reajuste ser negociado para a categoria.

A justificativa para não conceder o aumento acima da inflação para os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é a crise internacional. Gilberto Carvalho explicou que o governo está sendo obrigado a realizar cortes significativos em investimentos e desde 2008 não reajusta os valores da remuneração dos detentores de cargos de confiança na administração pública. Ele acrescentou que até o reajuste pleiteado pelo Judiciário está sendo negado.

CPI CONTRA OS TUCANOS

O deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) promete protocolar amanhã, na Câmara, requerimento pedindo a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as acusações feitas pelo livro “A Privataria Tucana”.

Segundo Protógenes, mais de 200 deputados já assinaram o documento. Para abrir uma comissão na Câmara dos Deputados são necessárias 171 assinaturas.

“A Privataria Tucana”, livro escrito pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr., acusa o ex-governador José Serra de receber propinas de empresários que participaram das privatizações conduzidas pelo governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Segundo o deputado, a maioria dos deputados que assina o documento é da base aliada, incluindo “metade da bancada do PT”, mas há também deputados da oposição. “Eles [os deputados] pediram para não divulgar o nome. E quem já colocou a assinatura recebeu pressão para tirar, mas não vai tirar”, afirmou Protógenes.

INTERNET NAS ELEIÇÕES

Do ministro Ricardo Lewandovski do Tribunal Superior Eleitoral defendendo o uso da Internet no processo eleitoral:

“Com relação ao uso da internet tenho me manifestado de forma reiterada que o espaço é livre, em função da liberdade de expressão garantida a todo cidadão. Restrição são as restrições que sofrem a liberdade de expressão, não será possível usar rede social para acirrar ódios, raciais. A legislação civil impede que se ataque a honra e privacidade das pessoas”.