Ainda sem previsão de julgamento, o Globo afirma na edição desta
quarta-feira que o processo que investiga desvio de recursos públicos
para a campanha à reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de
Minas, em 1998, o chamado mensalão mineiro, deve prescrever.
O esquema de desvio de recursos públicos que abasteceu o caixa de
campanha de políticos do PSDB local também era operado pelo publicitário
Marcos Valério.
A ação chegou à corte ainda em 2003, dois anos antes, portanto, das
primeiras acusações do chamado mensalão do PT, que abalaram o governo
petista e redundaram na Ação Penal 470. O Congresso em Foco revelou que,
em maio do ano passado, o então presidente da corte, Carlos Ayres
Britto, chegou a chamar o julgamento da ação cível, aquela que permite a
recuperação de recursos desviados, do mensalão mineiro.
Mas por algum
motivo que nem Ayres Britto nem os demais ministros sabem explicar, o
processo saiu da pauta. E não voltou mais. Enquanto a ação cível contra
os tucanos não sai da gaveta, o Supremo já condenou 25 réus envolvidos
no esquema de desvio de dinheiro montado pelo PT e analisa agora os
respectivos recursos.
Segundo o jornal, o atraso deve beneficiar principalmente Cláudio
Mourão, ex-tesoureiro da campanha e
classificado pelo Ministério Público
como figura central na operação. Os crimes de peculato e formação de
quadrilha prescrevem em abril de 2014, quando o réu completará 70 anos.
Porém, a juíza Neide da Silva Martins, da 9ª Vara Criminal do
Tribunal de Justiça, cogita julgamento apenas em 2015. Outro réu, o
ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, já teve os crimes prescritos pelo
mesmo motivo.
Até agora, apenas o ex-diretor do Banco Rural Nélio Brant Magalhães
foi condenado, a uma pena de nove anos e nove meses de reclusão pelos
crimes de gestão fraudulenta e gestão temerária de instituição
financeira. Ele poderá recorrer em liberdade.
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