segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

HÉLIO MACHADO: FUTURO DO NORTE DE MINAS


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Apesar da necessidade cada vez maior de aumentar a força política para criar perspectivas de encaminhar soluções concretas para seus problemas, o Norte de Minas trafega na contramão da direção. Isto porque, a representação política é pequena em termos numéricos. E como o que manda para o poder público atender as reivindicações é força política, o quadro que se apresenta não é dos mais animadores. E a culpa, se é que há culpado, é do eleitor, que, mesmo alertado, fez ouvidos de mercador e apoiou de novos, os paraquedistas, sem qualquer compromisso com a região.
Por mais que se tente, não dá para entender como uma região com expressivo colégio eleitoral de mais de um milhão de eleitores não valoriza o voto. Recusa-se a eleger bancadas expressivas, numericamente, na Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados, para dar o devido suporte político para se desenvolver em menor intervalo de tempo e de forma menos traumática. Em agindo assim, o eleitor sinaliza que tudo está bem, quando na verdade não está e abre mão de buscar melhor qualidade de vida.
Este mesmo eleitor, que não votou em nossos candidatos, passadas as eleições, volta a reclamar da falta de ações de combate aos efeitos da seca, da saúde e da segurança pública que não funcionam bem. Recorrer a quem para colocar a boca no trombone, cobrar do governo que veja a região com outros olhos e pare de lhe destinar somente as sobras? A sugestão é que procurem os forasteiros que apoiou, para receber como resposta de que não têm compromisso para com a região porque compraram os votos. E quem comprou e pagou não deve nada.
Sem querer ser pessimista, somente realista, as perspectivas do Norte de Minas, neste mandato, não nos parece das melhores. E a justifica é justamente a representação política acanhada, que não nos permite, em condições normais, visualizar uma luz no fundo do túnel. O quadro pode mudar se houver a verdadeira união política regional, com a participação efetiva da Amams, Ammesff, Avams, Regional Norte de Fiemg, CDL, ACI, Sindicato e Sociedade Rural, Sindicato do Comércio Varejista, Maçonaria, falando a mesma língua no tocante à defesa dos interesses desta porção de Minas.
A situação é mais complicada em nível federal, em que o Norte de Minas tem a representá-lo somente a deputada Raquel Muniz, do PSC, eleita para o primeiro mandato. Lançou outros nomes em condições de representá-lo bem, mas não tiveram o apoio que esperavam nas urnas. Embora seja trabalhadora e chegue a Brasília com a verdadeira disposição para nos representar da melhor forma, tendo o mandato como mais um desafio em sua vida – e já venceu outros -, Raquel terá primeiro, que adaptar-se ao funcionamento da Casa para começar a produzir. E isto demanda tempo.
Em nível estadual, o quadro é menos complicado. Mesmo assim, quando se esperava que a bancada pudesse crescer, ocorreu justamente o contrário, porque ela encolheu. De sete deputados, passamos a contar com cinco, porque Ana Maria Resende e Luiz Henrique Santiago não se reelegeram. Perdas que certamente farão falta na hora de colocar na balança o peso político de cada região. E o agravante é que a bancada se resumirá a três deputados, com a indicação de Tadeu Martins Leite, do PMDB e de Paulo Guedes, do PT, para a Sedru e Sedinor, respectivamente. Representam a região no primeiro escalão do governo Fernando Pimentel, do PT.
A representação regional no parlamento mineiro ficará restrita aos experientes deputados Arlen Santiago, do PTB, Carlos Pimenta, do PDT e Gil Pereira, do PP. E o agravante, se é que podemos chamar assim, é que a tendência é de que os três integrem a bancada de oposição ao governo petista. E como opositores, teoricamente, reduzem as chances de viabilizar benefícios para cá. O governo vai atender a oposição? Num primeiro momento, parece-nos que não. A esperança é que os dois deputados/secretários sejam uma espécie de compensação e o equilíbrio da balança quando se trata de defender os interesses regionais.
Independente da força política, a região tem que ficar atenta e cobrar a verdadeira presença do governo em todos os níveis. A presidente Dilma Rousseff tem mais que o dever, a obrigação de atender aos seus pleitos. Em agindo assim, estará apenas resgatando a dívida de campanha contraída nas urnas. O eleitor respondeu presente, de novo, ao seu chamamento e espera o retorno no curso do mandato. O mesmo comportamento se espera do governador Fernando Pimentel, majoritário por aqui. Os votos dos norte-mineiros foram decisivos para sua legítima vitória no primeiro turno. Que Dilma e Pimentel não decepcionem a região.

fonte:JNNotícias


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