O pré-candidato presidencial tucano, Aécio Neves, antecipou a estreia de seu novo marketing para o mês que vem. A pedido do DEM, o PSDB cedeu os 10 minutos que teria em maio, recebendo em troca o mesmo tempo do aliado para abril. A mudança pode até representar, para alguns, oportunidade de teste para a nova equipe – liderada pelo publicitário Paulo Vasconcelos – e expectativa de crescimento nas pesquisas.
Apesar da supervalorização, um único programa, especialmente esse concentrado em 10 minutos, não tem potencial para isso. Do ponto de vista técnico, o formato tem menos eficiência do que aquelas inserções de 30 segundos que ficam diluídas na programação e alcançam um público maior. Programas longos, com mensagens extensas e única exibição causam efeito reduzido.
Do ponto de vista político, a mudança na comunicação da campanha ainda busca o foco. O próximo programa, que começou a ser desenhado na quarta-feira (5), em São Paulo, deverá sinalizar isso, mas não deverá ter impacto maior. Será apenas um começo ou recomeço, já que 2013 foi considerado ano perdido e o tucano demorou a mexer. A importância que se dá à ferramenta se resume ao fato de ser a única oportunidade de mídia neste semestre, antes do início do horário gratuito de TV e rádio em 19 de agosto, 47 dias antes do voto nas urnas.
Outro fato que parece negativo é o distanciamento do programa da Copa do Mundo. Pelo que disse, durante o Carnaval, o tucano deverá lançar suas baterias contra a preparação do país para o evento mundial, com base no investimento da infraestrutura.
PSDB e o PSB precisam compreender que 2013 acabou, bem como a fase de experiências. Ano eleitoral, com Copa do Mundo no meio, não dá pra desperdiçar as poucas oportunidades que surgem. Aécio fez discurso de oposição, mas não conseguiu, por exemplo, atrair para si os descontentes do Congresso Nacional e das ruas. Eduardo Campos parece mais candidato do tipo “hiena”, que só vai nas sobras dos outros. Está sempre atrasado.
O novo programa de Aécio não poderá ignorar o novo quadro que se cristalizou com a pré-candidatura de Eduardo Campos, reforçada pela adesão da ex-ministra Marina Silva e provável candidata a vice dele. Qual Aécio vem aí? Mais crítico e opositor, ou propositivo? Boa parte do eleitorado, se não a maioria, está ansiosa para ser conquistada e vislumbrar mudanças, mas que, na falta delas, prefere deixar como está (reeleição da presidente Dilma Rousseff-PT) para ver como é que fica.
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