sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

FOLHA: DILEMA DE JOSUÉ

Josué Gomes da Silva, dono da Coteminas e filho do vice-presidente José Alencar, está sendo cortejado pela presidente Dilma Rousseff para ser ministro do Desenvolvimento. É a esperança de Dilma para diminuir a antipatia do empresariado com seu governo.

A pasta do Desenvolvimento não costuma atrair os políticos, porque tem poucos recursos e cargos, mas é cobiçada pelos empresários que querem se destacar entre seus pares. O assédio do governo envaidece, mas não tem sido cômodo para o mineiro.
Ele não revela seus planos e é rápido para afirmar até aos mais próximos que, por enquanto, tudo não passa de "especulações". Se no Planalto, não há um plano B, para o empresário, trata-se de um jogo de xadrez bastante complicado.

A vontade de Josué é sair candidato a senador por Minas Gerais, seguindo os passos do pai. Foi para isso que se filiou ao PMDB. A dificuldade é bater de frente com Antonio Anastasia, governador do Estado pelo PSDB, que cobiça o mesmo posto e é bem avaliado pela população. Mas há quem diga que Josué não tem medo da briga.

Outras possibilidades seriam tentar uma cadeira de deputado ou se candidatar a vice na chapa de Fernando Pimentel, o atual ministro do Desenvolvimento, candidato ao governo de Minas pelo PT e amigo de Dilma. Segundo pessoas próximas, essas hipóteses não animam muito o filho de Alencar.

Há ainda outro nó: encontrar alguém para substituí-lo na gigante Coteminas. Ele diz aos mais próximos que tem ótimos quadros na empresa, mas sempre foi bastante centralizador e está promovendo mudanças profundas na companhia, que se aventurou no mercado americano e ainda não colheu todos frutos.

Dilma já prometeu que Josué continuará ministro em um eventual segundo mandato, que se torna cada vez mais provável a medida que a presidente confirma seu favoritismo. Mas isso não elimina o ônus de assumir o posto no último ano do governo e com pouco espaço para atuar.

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