domingo, 28 de fevereiro de 2010

ATÉ OS COLUNISTAS SERRISTAS DA FOLHA ESTÃO DESANIMADOS COM A CANDIDATURA DO SERRA

De Gaspari, só uma notinha:


Um velho companheiro de Lula, habituado aos seus silêncios, dissimulações e otimismos empostados, assegura: "Ele está absolutamente convencido de que elege a Dilma".

Rossi vai mais fundo e escreve o seguinte artigo:

A surpresa, pelo menos do meu ponto de vista, na pesquisa Datafolha que este jornal publica hoje não é o fato de Dilma Rousseff ter reduzido bastante a desvantagem em relação a José Serra, mas o fato de Serra ainda estar à frente, mesmo que no limite da margem de erro.

Explico: nestes últimos 50 anos em que as eleições brasileiras foram se massificando, jamais houve outro pleito em condições tão favoráveis para o governo como o deste ano. É verdade que a série histórica é magra. A de 2010 será a sétima eleição em meio século. É pouco, mas é o que temos para comparar.

Não se trata de que o público compre a numeralha que o governo despeja, parte dela maquiada. Ninguém vai à sessão eleitoral calculando que "Lula fez 4 casas, e FHC, apenas 2, logo, voto no Lula". Não. Eleição para a esmagadora maioria é sentimento ou emoção. E o fator predominante é o que os ingleses chamam de "feel good". Quase dá para segurar com as mãos esse "sentir-se bem".

Daí a votar no governista de turno é um passo. O trabalho de Lula, portanto, é apenas o de gravar a fogo no sentimento do público que Dilma é a sua parceira no "feel good".

A pesquisa que hoje se publica é a primeira que demonstra que esse trabalho está dando certo. Dilma quase empata com Serra antes até do que calculavam alguns dos estrategistas de sua campanha.

Já o trabalho de Serra é infernal: não adianta querer convencer o eleitorado de que as coisas não estão nada "good", mas muito "bad", que é o que faz qualquer oposição em qualquer lugar do mundo. Terá que demonstrar que, com ele, Serra, o "good" será melhor ainda.

Claro que é sempre necessário guardar as formas e lembrar que pesquisa retrata apenas um momento, o de hoje. Mas que o PSDB terá que empurrar o carro Serra ladeira acima parece não haver dúvida.

E Cantanhêde parte para o "ou vai ou racha":


O Datafolha de hoje confirma a previsão do Planalto e não deixa alternativa para os tucanos: agora, ou vai ou racha. Significa que o tempo de hibernação de José Serra se esgotou e que ele tem de se lançar já à Presidência, antes que seja tarde. Como significa que a eleição atingiu o ponto ideal para a definição de Aécio Neves: sempre se soube, mas nunca tinha ficado tão evidente o quanto sua candidatura a vice é fundamental para a oposição.

Quanto mais Dilma é identificada como candidata de Lula, mais ela cresce, e estava escrito nas estrelas do PT que aquele aguaceiro em São Paulo, os dissabores de Gilberto Kassab na prefeitura e a debacle do DEM no DF iriam afetar Serra.

Ainda não tecnicamente, mas na prática a pesquisa registra um empate, com duas más notícias para Serra: Dilma Rousseff sobe consistentemente, e ele, que se mantinha sólida e estavelmente no topo, passou a cair. O cruzamento desses dois movimentos é fatal para o tucano, a não ser que seja contido. Como? Só ele, seus aliados e estrategistas podem saber, mas Aécio já era importante e passou a ser vital. Em todos cenários - com ou sem Ciro, no primeiro ou segundo turno -, Dilma ganhou pontos, Serra perdeu. E em igual proporção, como os 5 a mais de uma e os 5 a menos do outro com Ciro na disputa.

O dado mais poderoso, porém, é a perda de três pontos de Serra no Sudeste, que tem 42% do eleitorado. Para subir a rampa, Serra tem não só de ganhar bem nessa região como compensar aí o que certamente Lula dará a mais para Dilma no Norte e no Nordeste. Com Aécio é possível. Sem ele...
No discurso serrista, tudo isso é porque "a campanha nem começou". Só que, quando começar, Dilma vai continuar como hoje, com muito mais tempo de exposição positiva na TV, sem contestação.
Voltando à vaca fria, a oposição ou vai de Serra e Aécio ou racha. Na política, rachar é sinônimo de perder.

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