segunda-feira, 27 de julho de 2009

Deixei de assistir o Jô

Programa do Jô: a Globo, a pizza e a marmelada
No Programa do Jô da Rede Globo de Televisão — também transmitido simultaneamente pela rede CBN de rádio — da quarta-feira (22 de Julho), o apresentador e suas “meninas” protagonizaram mais um espetáculo circense. Jô Soares e suas blue caps falaram de comilança a energia nuclear com uma desenvoltura em cada assunto que deixaria os especialistas no chinelo.
Por Osvaldo Bertolino, no blog O Outro Lado da NotíciaA sapiência dessas criaturas sobre física, gastronomia, CPI, Petrobras, Senado Federal, escuta telefônica, macroeconomia, saúde pública e, principalmente, imprensa faz crer que elas foram produzidas em algum laboratório.
Como sabemos que não é nada disso, só podemos concluir que o programa é um palanque cuidadosamente pensado para jogar lama no ventilador. O caso mais escabroso foi a forma como elas trataram a escuta telefônica envolvendo a família do presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP). Em todo o programa o assunto foi ilustrado com alusões à pizza — querendo dizer que o governo estava agindo para deixar na impunidade tanto Sarney quanto a Petrobras. Antes de tudo, a lógica manda perguntar: Quem vazou a gravação para a mídia? Quem pagou pelo vazamento? E quem recebeu a propina? Isso não é corrupção?
Valores a serem preservados
Mas vamos ao mérito da questão — como dizem os advogados. O desmascaramento da farsesca tentativa de cassar o mandato do senador — tramada pela mídia em conluio com os Irmãos Metralhas, Manchas Negras e Superpatetas, acompanhados de supostos inocentes úteis — começa pela constatação de que os “investigadores”, em sua maioria, são os mesmos que se aproveitam da correção que permeia os comportamentos individuais na base da sociedade para se beneficiar de práticas corruptas. O que eles querem, mesmo, como raposas felpudas que são, é encontrar a chave do galinheiro.
No pico da nossa pirâmide social, a corrupção é reconhecida como modo natural de agir, é tolerada e praticada por quase todos. Atos considerados escusos entre o povo podem ser entendidos na elite como valores a serem preservados. Borrões éticos que por aqui soam inaceitáveis lá em cima podem ser compreendidos como elementos da tradição cultural daquelas parcelas da sociedade fundadas no colonialismo, que fazem da corrupção um dos fios constituintes do tecido social.
Charles Darwin leu Adam Smith
O “pecado” de Sarney é o apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Só não vê isso quem está munido de viseiras dogmáticas. As acusações que pesam contra ele — que devem ser investigadas por quem de direito, não por esses vigaristas da mídia — são café pequeno perto do que sabe de muita gente da laia da Globo. O problema é que ele tem a ousadia de apoiar um governo que manifesta simpatia por um Brasil imenso e oposto ao Brasil que se imagina mais capaz, mais limpo, gente melhor do que os seres considerados primitivos por serem descendentes de negros e índios.Seria apaixonante enveredar aqui por uma discussão sobre a moralidade dos povos. Mas os tempos são curtos e basta lembrar, a bem da convicção evolucionista, que Charles Darwin leu Adam Smith e não o contrário — como querem fazer crer os liberais de hoje. Ou seja: o liberalismo não é o fim da história. A rigor, por estar historicamente superado, ele se transformou num terreno fértil para a corrupção. A moralidade se submete aos processos seletivos de variação, adaptação e competição em busca da sobrevivência dos grupos sociais. Mais detalhes acesse www.paulohenriqueamorim.com.br/

2 comentários:

  1. Você e o seu blog do meio do fim do mundo são uma piada patética. Assim como a globo. KKK...

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  2. acho que vc devia se preoculpar mais com a nossa cidade do que com o jo ele ta com a vida ganha

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