quarta-feira, 1 de maio de 2013

PADRE EXCOMUNGADO PELA A IGREJA CATÓLICA RECEBE APOIO DE FIÉIS

Fiéis que se dizem desiludidos com a Igreja e noivas "perdidas" lamentaram nesta terça-feira (30) em Bauru (SP) a excomunhão de padre Beto, 48, punido após dar declarações de apoio a homossexuais.
A aposentada Maria Cristina Cervantes de Queiroz, 53, que afirma ter sido "resgatada" pelo ex-padre, agora diz que é uma ex-católica e que não irá mais às missas. "Não posso mais fazer parte. Não gosto de hipocrisia, mentira. O sentimento que sobrou foi de vergonha."
A pipoqueira Maria Inês Faneco, 52, que é homossexual, diz que sempre se sentiu acolhida e "tratada com igualdade" pelo religioso. "Para mim Igreja Católica acabou. Eu só ia por causa dele. O padre Beto não fazia aquelas missas cansativas."
Uma noiva de 34 anos que pediu anonimato diz que está "meio perdida" e que não sabe o que fazer com o casamento, que seria celebrado em dez dias pelo padre. Na mesma cerimônia, ela iria batizar o filho.

Outra noiva que não quis divulgar o nome foi aluna de Beto na faculdade de direito e diz que a cerimônia, marcada para outubro, "perdeu um pouco do sentido".
A Diocese de Bauru divulgou um comunicado em que o padre nomeado juiz instrutor do processo de excomunhão nega que a punição decorra das declarações em favor dos gays.
A excomunhão, segundo o juiz, veio porque Beto "se negou categoricamente a cumprir o que prometera em sua ordenação sacerdotal: fidelidade ao Magistério da Igreja e obediência aos seus legítimos pastores", afirma o juiz.
Questionado sobre a decisão da excomunhão, o padre se disse "honrado em pertencer à lista de muitas pessoas humanas que foram assassinadas e queimadas vivas por pensarem e buscarem o conhecimento".
Sem a batina, o religioso já ensaia seus próximos passos: dar aulas e palestras, escrever livros e artigos, comandar programas de rádio e seguir a carreira política. "Vou pensar se aparecer um convite."
Filho de pais católicos, o ex-padre diz que se aproximou da religião por causa da admiração a católicos progressistas como dom Paulo Evaristo Arns (SP), dom Mauro Morelli (RJ) e dom Pedro Casaldáliga (MT). "Eles falavam, e o país parava", afirma.
Depois de ser ordenado, aos 33 anos, ele foi para a Alemanha estudar teologia, onde também concluiu o doutorado em ética. "Lá encontrei liberdade para refletir e questionar. A liberdade de pensamento na Alemanha é grande", afirma.

fonte:folha

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