terça-feira, 30 de junho de 2015

PAULO MOREIRA LEITE: QUANDO O ALVO É O PT

Sempre que a seletividade das investigações da Lava Jato se torna um fato evidente como a silhueta do Pão de Açúcar na paisagem do Rio de Janeiro, aliados do juiz Sérgio Moro sacam um argumento conhecido: "um crime deve ser tolerado só porque outros o praticam?"
Inteligente na aparência, esse argumento tenta esconder uma verdade mais dura, inaceitável. Vivemos num país onde a seletividade não é um acaso — mas um método.
Essa visão benigna do problema ressurgiu agora, quando a delação premiada de Ricardo Pessoa, mesmo voltada para produzir provas e acusações contra o governo Dilma, Lula e o Partido dos Trabalhadores, não pode deixar de jogar luzes sobre a campanha do PSDB e outros partidos de oposição.
O recursos estão lá, demonstrando que Aécio Neves recebeu mais dinheiro do que Dilma. Que Aloysio Nunes Ferreira levou uma parte em cheque, a outra em dinheiro vivo. Julio Delgado, o relator da cassação de dois parlamentares — José Dirceu e André Vargas — foi acusado de embolsar R$ 150 000 reais de uma remessa maior enviada a Gim Argello para enterrar uma das diversas CPIs sobre a Petrobras.
Será a mesma que permitiu ao senador Sergio Guerra, então presidente do PSDB, levar R$ 10 milhões, uma quantia 66 vezes maior que a de Julio Delgado, para fazer a mesma coisa? Ou essa era outra CPI?
Não sabemos e dificilmente saberemos. A presença de altas somas nos meios políticos é uma decorrência natural das regras de financiamento de campanha, criadas justamente para que os empresários sejam recebidos de portas abertas pelos partidos e candidatos, com direito às mesuras merecidas por quem carrega uma mercadoria tão essencial, não é mesmo?
Não custa lembrar: justamente o PSDB foi responsável pela entrega de votos essenciais para a manutenção das contribuições de empresas privadas em campanhas eleitorais. Os tucanos gostam tanto desse tipo de coisa que, quando ocorreu uma segunda votação, na última chance para se conservar o sistema, até os dois parlamentares — só dois, veja bem –que se abstiveram na primeira vez foram chamados a fazer sua parte e não se negaram a participar de uma manobra que, além de tudo, tinha caráter anticonstitucional.
O PT, seletivamente investigado na Lava Jato, votou contra.
Não é curioso? Não seria muito mais proveitoso entender o imenso interesse tucano pelo dinheiro dos empresários, os mesmos, exatamente os mesmos, que agora são interrogados e presos por longos meses depois que resolveram ajudar o PT?
Isso acontece porque a seletividade não é um acidente de percurso. Está na essência de investigações de grande interesse político — como a Lava Jato, a AP 470 — porque não interessa investigar todo e qualquer suspeito num país onde o Estado "se legitima" quando atua em defesa do "grupo dominante," nas palavras da professora Maria Silvia de Carvalho Franco.
Quando você escolhe o alvo e seleciona o inimigo, a regra fundamental de que todos são iguais perante a lei, qualquer que seja sua raça, origem social ou credo, deve ser ignorada porque só atrapalha o serviço. A igualdade deve ser substituída pela seletividade.
No Brasil colônia, a Coroa portuguesa procurava hereges que pudessem ser julgados pela inquisição. Eles eram procurados até nos banheiros, acusados de proferir blasfêmias que ofendiam a Igreja Católica. Localizados e presos, eram conduzidos a Portugal, aprende-se nos relatos do livro Tempo dos Flamengos, do pesquisador Antônio Gonsalves (com "s" mesmo) de Mello.
Esse tratamento, brutal, inaceitável, era coerente com um regime absolutista, no qual homens e mulheres eram desiguais por determinação divina. A seletividade fazia parte natural das coisas.
Em tempos atuais, onde a democracia é um valor universal, é preciso escolher muito bem os alvos e ter noção de seu significado. Quem legitima a escolha? Os meios de comunicação, a principal correia de transmissão entre as ações do Estado e o conjunto da sociedade, que também espelha o ponto de vista do mesmo "grupo dominante".
Não vamos esquecer que os mesmos jornais e revistas que hoje glorificam Sérgio Moro e em 2012 endeusaram Joaquim Barbosa também aplaudiram o delegado Sérgio Fleury e outros torturadores que eram apresentados como caçadores de terroristas. Questão de momento, vamos combinar.
Se a denúncia do caráter parcial de uma investigação obviamente beneficia quem está sendo prejudicado, o problema real é muito maior. A seletividade modifica a natureza do trabalho de apuração. Deixa de ser expressão de um erro, humano como todos os outros, para se tornar um método.
Quando uma investigação que deveria produzir uma decisão judicial isenta se transforma numa operação política, os objetivos mudam e os resultados também. Muitos culpados são apenas "culpados", porque sua culpa está definida de antemão e só precisa ser confirmada pelas investigações. Vice-versa para quem se torna "inocente."
Para dar um único exemplo, entre vários: policiais que trabalharam para AP 470 descobriram que o ex-ministro Pimenta da Veiga recebeu R$ 300 000 de Marcos Valério, em quatro cheques caídos em sua conta, meses depois do final do governo FHC. Embora essa soma seja seis vezes superior aos R$ 50 000 que João Paulo Cunha recebeu em sua conta, cumprindo pena de prisão por esse motivo, a investigação sobre Pimenta sequer está encerrada — doze anos depois dos cheques de Valério terem caído em sua conta. O ex-ministro tucano é culpado? Suspeito? Quem saberá?

NORTE DE MINAS: EX-PREFEITOS BRINCAM DE SER CANDIDATOS EM 2016

Ex-prefeitos no Norte de Minas estão falando em disputar prefeituras, mas antes é bom lembrar que alguns precisam primeiro resgatar os seus direitos políticos. Caso contrário estão apenas brincando de fazer política.





DILMA NÃO FAZ POLÍTICA, AFIRMA DEPUTADO PETISTA


A presidente Dilma Rousseff não gosta de fazer política, está isolada no Palácio do Planalto, não tem interlocutores com o Congresso, nem delega poder aos seus auxiliares. A avaliação não vem de nenhum oposicionista ou aliado descontente com o governo, mas de um petista, o deputado Wadih Damous (PT-RJ), atualmente um dos principais defensores do governo na Câmara. Ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), Wadih assumiu o mandato na Casa há pouco mais de um mês, tempo suficiente para constatar que a presidente precisa mudar imediatamente seu perfil para tentar sair da crise política que ameaça até o seu cargo.
“Ela não gosta de fazer política. É uma pessoa mais fechada. O problema é que ela não delega. Ainda que não goste ou não saiba, ela poderia delegar. Não delega. O governo fica isolado no Planalto, não há diálogo com o parlamento, com o PT, com a base aliada. Isso acaba contribuindo também para as coisas chegarem a esse ponto”, disse o deputado.

NÃO É POR FALTA DE DINHEIRO QUE A GLOBO NÃO GOSTA DO PT

globo 2014Rede Globo e as cinco emissoras de propriedade do Grupo Globo (em São PauloRio de JaneiroMinas GeraisBrasília e Recife) receberam um total de R$ 6,2 bilhões em publicidade estatal federal durante os 12 anos dos governos Lula (2003 a 2010) e Dilma (2011 a 2014). O montante pode ser maior se considerar os valores pagos a emissoras afiliadas. Como a RBS, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, que recebeu R$ 63,7 milhões.

ALÔ PREFEITOS: FPM LIBERADO

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Já está disponível para as prefeituras o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) referente ao terceiro decêndio do mês de junho.

PRORROGADO PRAZO PARA PAGAR O FIES


fiesO Ministério da Educação (MEC) prorrogou o prazo para renovação dos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) até o dia 20 de julho. O prazo, que já foi prorrogado mais de uma vez, terminaria hoje (30).
A portaria com a ampliação do prazo foi publicada no Diário Oficial de União. As renovações devem ser realizadas por meio do Sistema Informatizado do FIES (SisFies), também disponível nas páginas do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
O Fies oferece financiamento das mensalidades de cursos em instituições privadas de ensino superior, com juros de 3,4% ao ano. O estudante começa a quitar o financiamento 18 meses após a conclusão do curso.

DEPUTADO MINEIRO, NEGA ENVOLVIMENTO COM LAVA JATO


Mencionado pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, como um dos parlamentares que receberam repasses da empreiteira, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) usou o espaço da CPI da Petrobras nesta terça-feira para se defender. Após seu discurso, colegas da comissão rasgaram elogios e fizeram questão de manifestar solidariedade a ele.

Em um breve relato, Delgado disse que só teve um encontro com Pessoa e que o objetivo era conseguir recursos para as campanhas de 16 candidatos a deputado federal e estadual de Minas Gerais. "Depois desse dia, nunca mais falei com esse cidadão", declarou o parlamentar, que alega não ter recebido dinheiro do empreiteiro para sua própria campanha.

PSB DÁ UM CHEGA PRA LÁ EM MARINA

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"Marina não será candidata à Presidência de forma alguma. É carta fora do baralho", afirma o presidente da sigla Carlos Siqueira. "Ela tem que ser [candidata] pelo partido dela. Não é do PSB"; "Se ela alcançar 100% [numa pesquisa] não terá minha concordância. Não sei se há alguém a favor, mas me oporei sistematicamente", acrescenta

GOVERNO DE MINAS: ASSINA ACORDO HISTÓRICO COM A EDUCAÇÃO


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Governador sanciona hoje, na Assembleia de Minas, a histórica lei de equiparação do piso salarial da educação no estado; líder do governo na casa, o deputado Durval Ângelo falou em fim de uma era "aecista"; "Nos doze anos dos tucanos tivemos 12 greves de professores, inclusive uma dramática, de 112 dias", afirmou; "Pimentel sepulta uma era, é o grande marco de seu governo. É a primeira vez na história republicana mineira que um governador vem, à convite do presidente (da Assembleia de Minas, Adalclever Lopes),  sancionar uma lei e agradecer aos deputados", completou o parlamentar.
Por Luis Mauro Queiroz, do Minas 247 - Nesta terça-feira (30), o governador Fernando Pimentel irá a Assembleia de Minas Gerais (ALMG) sancionar a lei que garante a equiparação do salário dos professores mineiros ao piso nacional da categoria, fato histórico para o estado se comparado aos aumentos que ocorreram nos últimos governos. 
Ao comentar o fato com a reportagem do Minas 247, o líder de governo na casa, deputado Durval Ângelo (PT), comemorou o que chamou de "fim de uma era". "É bom termos claro que o projeto do piso salarial da educação sepulta o PSDB e o 'Aecismo' em Minas, pois se você quiser uma marca que caracteriza uma administração antipopular é a forma que eles trataram a educação. Isso é tradição tucana, em quatro anos do governo (Eduardo) Azeredo, ele deu 45 reais de aumento para a educação – nós estivemos na iminência de ter duas greves de professores", afirmou.
Durval citou os problemas que houveram entre os profissionais da educação e o Governo de Minas nas últimas legislaturas. "Nos doze anos dos tucanos tivemos 12 greves de professores, inclusive uma dramática, de 112 dias. Em 2003, o Aécio Neves acabou com o quinquênio e com todas as vantagens pessoais de quem entrava na carreira do magistério em Minas Gerais e em 2010 o Anastasia acabou com a carreira anterior, acabando com todos os privilégios e estabelecendo o subsídio e o tornando obrigatório".
"Se analisarmos bem, tucano em Minas não gosta de educação – não chegou ao limite do Paraná, mas esteve próximo disso. Acho que Pimentel, ao sancionar essa lei, que garante a anistia dos professores nos doze anos de greve dos tucanos, a equiparação com os 150 mil aposentados e pensionistas, aos 180 mil profissionais o piso nacional escalonado em três anos, que acaba com o subsídio e volta com a carreira, inclusive com contagem de tempo de serviço para promoções", completou. 
Finalizando, Durval Ângelo ressaltou a importância histórica de o governador sancionar uma lei na casa legislativa do estado. "Pimentel sepulta uma era, é o grande marco do governo de seu governo. É a primeira vez na história republicana mineira que um governador vem, à convite do presidente (da Assembleia de Minas, Adalclever Lopes), sancionar uma lei e agradecer os deputados".

BLOGUEIRO ANALISA BILHÕES QUE O GOVERNO FEDERAL REPASSOU À TV GLOBO

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Blogueiro Miguel do Rosário soma os repasses da publicidade federal durante os governos do PT à TV Globo, suas afiliadas, rádios, jornais e portais pertencentes ao grupo e provoca: "Depois o PT quer fazer 'pesquisa' para entender por que é tão odiado", ou "entender por que o fascismo se expande na sociedade"; "O PT alimentou o próprio inimigo com dinheiro público", conclui.

Esse post é para sentarmos à margem do rio Tietê e chorarmos copiosamente.
Só a TV Globo recebeu mais de R$ 6 bilhões de publicidade federal durante a era PT.
Se contássemos as afiliadas da Globo em outros estados, essa conta subiria quase 2 bilhões.
Se acrescentarmos rádios, jornais, portais pertencentes à Globo, mais uns 2 bilhões.
No total, veremos que o governo federal petista deu quase R$ 10 bilhões para a família Marinho.
Depois o PT quer fazer "pesquisa" para entender porque é tão odiado.
Depois os petistas querem entender porque o fascismo se expande na sociedade, e ministros petistas são xingados em restaurantes.
São xingados, com todo o respeito, porque o PT é burro.
Burro e masoquista.
Os tucanos quebraram, de verdade, o país; aprovaram a emenda mais "chavista" de toda a América Latina: reeleição para si mesmo, sem direito a opinião do povo sobre isso; multiplicaram a nossa dívida pública; acorrentaram-nos aos pés do FMI...
E seus economistas são aplaudidos em restaurantes.
Enquanto isso, Mantega, que salvou a economia brasileira durante uma das piores crises da história recente do capitalismo, é xingado por retardados em São Paulo, que lhe acusam de "destruir tudo".
O PT alimentou o próprio inimigo com dinheiro público.
Quer dizer, não apenas o próprio inimigo. O inimigo da classe trabalhadora em geral.
Pior: nos últimos dois anos, em 2013 e 2014, a publicidade federal para os órgãos do golpe aumentou fortemente.
Há uma equação certeira: quanto mais a publicidade federal se concentra nas mesmas famílias de barões midiáticos, mais despenca a aprovação do governo.
Enquanto isso, revistas progressistas, rádios comunitárias, iniciativas populares de comunicação, tudo ficou à míngua, abandonado.
A TV Brasil foi sucateada, abandonada politicamente, depois de todo o esforço feito para criá-la e subsidiá-la. Não tem audiência e ninguém parece se preocupar com isso.
Dessa vez, Fernando Rodrigues ficou até com pena da blogosfera. Em outras ocasiões, dava destaque aos caraminguás miseráveis que meia dúzia de sites ou blogs ganhavam de publicidade federal. Juntava o que, por exemplo, o blog Nassif ganhou durante uns dez anos e tascava um número sensacionalista:
"Nassif ganhou 1 milhão do governo federal". Aí quando você dividia aquilo por dez ou doze anos, não dava nada.
Ao constatar o desprezo oficial do governo para com iniciativas de fomento à pluralidade política, Fernando Rodrigues nem tocou no assunto.
O que me lembra a canção de Bezerra da Silva, sobre o ladrão que invade a casa do pobre e quase morre do coração, "ao ver tanta miséria em cima de um cristão".
A grande mídia, esta sim, continuou ganhando na era Lula/Dilma o que sempre ganhou anteriormente. Em alguns casos, até mais.
Além de não fazer nada de concreto em prol da democratização da mídia, o governo petista ajudou a piorar o quadro de oligopólio dos meios de comunicação, através da concentração de verba publicitária federal em mãos de poucos.
E pelo mutismo covarde atual, não há nenhuma mudança substancial à vista.
O governo precisa entender que, em matéria de comunicação, não adianta agir em silêncio, discretamente. Isso é contraproducente. O ministro Edinho Silva, da Secom, tem de vir a público e falar abertamente à imprensa: "vamos democratizar profundamente as verbas públicas federais, porque é um imperativo da nossa Constituição, estimular o pluralismo político".
E se preparar para a briga!
É tão difícil assim?
O PT quer continuar sendo linchado em restaurantes, aeroportos, etc?
O PT vai morrer beijando os pés de seus verdugos?
Quem se ferra, ao cabo, não é só o PT.
Todos os movimentos sociais, toda uma corrente de ideias, todo um sistema ideológico que dá sustentação às leis trabalhistas, ao monopólio da Petrobrás, tudo isso será tragado e destruído se o PT prosseguir financiando uma imprensa ultraconservadora, mentirosa e golpista.
Olha que nem falei do mais importante: as conspirações judiciais, quase todas alimentadas, desde seu início, pela mídia.