
Jamais. Decepcionado, o ex- vereador Carlão não cogita voltar a disputar eleições

Tática. Newton diz que quer se dedicar às empresas, mas filho vai ocupar “vaga”
ISABELLA LACERDA
Depois de colherem por anos os “louros” da vida pública, políticos de renome em Minas Gerais pretendem sair de cena. Embora alguns se mostrem desiludidos com a atividade, não deixam de passar o bastão para os filhos. O hoje deputado federal, ex-governador do Estado e ex-prefeito de Contagem Newton Cardoso (PMDB) promete abandonar a política neste ano, desistindo de tentar a reeleição para o Legislativo. Mas uma nova estratégia já está em curso: a eleição do seu filho Newton Cardoso Júnior para a Câmara dos Deputados.
É natural a sucessão. Estou no meu terceiro mandato como deputado federal, já fui prefeito, e pretendo me dedicar à eleição do meu filho, que está seguindo meu caminho”, explica o peemedebista.
Segundo ele, seu próximo objetivo é transferir parte de seus 137 mil votos obtidos na eleição de 2010 para Newton Júnior. Após isso, ele pretende se dedicar à vida de empresário, até “decidir se está mesmo fora das disputas eleitorais”.
Quem já deixou a vida de parlamentar há mais tempo e não pretende retornar é Virgílio Guimarães (PT). Ex-deputado federal e ex-vereador de Belo Horizonte, o petista nega qualquer pretensão de voltar a disputar cargos eletivos. Segundo ele, o objetivo principal é manter o mandato de seu filho Gabriel Guimarães (PT), eleito deputado federal pela primeira vez em 2010.
“Não tenho nenhuma vontade. Meu filho é candidato a deputado novamente, e o que eu quero é fazer campanha para ele, para o ministro Fernando Pimentel (pré-candidato ao governo de Minas) e para a presidente Dilma”, explica.
Segundo Virgílio, sua trajetória na política não pode ser considerada uma desilusão. “Larguei porque acho complicado fazer a minha campanha e a do meu filho juntas. Continuo na política, mas com uma função diferente da que eu tinha”, finaliza.
Sem volta. Um dos fundadores do PT, o ex-vereador de Belo Horizonte Carlão Pereira, também é enfático ao descartar um retorno à vida pública. “Definitivamente, não. Com isso, eu não trabalho mais”, assegura.
O petista, porém, se diz desiludido com a política. “Nunca tive o perfil. Ter que ficar dando cotovelada no seu colega de partido para conseguir algo é impensável para mim. Acabou perdendo o sentido, já que não damos conta de fazer nada tão importante, como a reforma política. Dei minha contribuição e, agora, vou cuidar da minha família”, explica.