terça-feira, 24 de novembro de 2009

'Grande futuro do Brasil já chegou', diz Kofi Annan

O Brasil caminha para a realização plena do seu potencial e tem a oportunidade de se tornar uma liderança global, disse hoje o ex-secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2001, Kofi Annan. Em palestra no Rio de Janeiro, Annan lembrou que o ex-presidente francês Charles De Gaulle disse certa vez que o Brasil seria um país de grande futuro e concluiu: "É óbvio que o grande futuro do Brasil já chegou." Annan elogiou os governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva e citou o País como um dos vencedores da crise econômica e "força propulsora da América Latina". O ex-secretário observou também que "o Brasil teve uma década de sucesso notável", mas completou que "o sucesso traz também uma série de responsabilidades", tanto econômicas quanto políticas, envolvendo o meio ambiente e a mudança na arquitetura do sistema internacional. Annan disse acreditar que o Brasil merece mais espaço no G-20, no Banco Mundial, no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Conselho de Segurança da ONU. "Não há motivo para o Conselho de Segurança reproduzir a realidade do mundo em 1955. Estamos em 2009", afirmou. "Acredito que o Brasil pode e deve ter papel importante sem poderio militar." Para ele, o que importa são os valores levados para a discussão. Annan considera que o País pode mostrar-se como líder global na conferência sobre o clima na Dinamarca, no mês que vem. "O papel de liderança pode começar a ganhar importância em Copenhague", disse ele, para quem o Brasil tem vantagens como a Floresta Amazônica, os mananciais de água que possui e a tecnologia de que dispõe. Porém, ele avalia que as negociações da questão do clima são mais difíceis que as de segurança e receia que as mudanças climáticas estejam ocorrendo de forma mais rápida que os progressos no enfrentamento do problema.





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A GATA TÁ MIANDO NO NINHO TUCANO!

A tendência de crescimento da virtual candidata do PT à Presidência, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e de queda e estagnação do pré-candidato tucano nessa disputa, o governador de São Paulo, José Serra, divulgada hoje pela pesquisa CNT/Sensus, deverá obrigar o PSDB a se posicionar no tabuleiro eleitoral da sucessão presidencial de 2010. A avaliação é do cientista político e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo Marco Antônio Carvalho Teixeira. No seu entender, para reverter o impacto negativo dessa mostra, os tucanos serão forçados a definir, o quanto antes, o candidato da legenda. "Em janeiro, no máximo", diz.

Carvalho Teixeira afirma que não são apenas as projeções de primeiro e segundo turnos - que indicam crescimento de Dilma e queda de Serra - os únicos dados preocupantes para o PSDB. "A aprovação do governo (que subiu de 65,4% em setembro para 70% em novembro) e a aprovação pessoal do presidente Lula (que passou de 76,8% em setembro para 78,9% na pesquisa divulgada hoje) também indicam que os tucanos precisam elaborar suas propostas de governo para o pleito do ano que vem. A impressão que dá é que o PSDB está acuado diante de um governo petista bem avaliado e de um cenário econômico favorável e com perspectivas de crescimento para o ano que vem."

Na opinião do cientista político e conselheiro do Movimento Voto Consciente Humberto Dantas, a pesquisa de hoje da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e do Instituto Sensus acende um sinal de alerta ao PSDB, principal oponente do governo nas eleições do ano que vem. "O Lula é um fenômeno da comunicação política, ele tem crédito junto à população e é convincente. Além disso, tem conseguido fazer da ministra Dilma uma extensão de si próprio, transferindo para ela essa conjuntura positiva." Por isso, ele também acredita que é necessário o PSDB se posicionar rapidamente nessa corrida sucessória, para não perder terreno.

Com base nos dados divulgados hoje, Marco Antônio Carvalho Teixeira destaca que as eleições 2010 podem apresentar um componente curioso. Será a primeira eleição presidencial direta sem a presença de Luiz Inácio Lula da Silva como candidato. "Mas, com certeza, será um pleito que terá o presidente Lula como um dos principais atores."

Fernando Henrique

Uma avaliação que os dois cientistas políticos contestam é a do presidente da CNT, Clésio Andrade, que atribui a queda de Serra à associação que os eleitores fazem entre ele e o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. Para ambos é precipitado fazer essa vinculação, mesmo a mostra indicando que 49,3% dos 2 mil entrevistados não votariam em um candidato indicado por FHC. Isso porque, no entender dos cientistas, a campanha ainda não começou efetivamente. "Eu achei a associação (feita por Andrade) um pouco sensacionalista, a não ser que a pesquisa tenha mais dados que desconheço", diz o conselheiro do Movimento Voto Consciente.





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ANTÔNIO ANDRADE NA COLA DE HÉLIO COSTA

O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), disse nesta segunda-feira (23), em Betim, na Grande BH, que se o governador Aécio Neves (PSDB) for candidato à Presidência da República, em 2010, todas as articulações políticas em discussão para o Governo de Minas, inclusive a candidatura do PMDB, terão que ser revista.Costa, que tem defendido abertamente uma aliança com o PT do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, ainda afirmou que também está aberto para discussões com o PSDB, que já tem como pré-candidato o vice-governador Antonio Anastasia, desde que não exista, neste momento, exigência quanto a cabeça de chapa.“Se ele (Aécio) conseguir (ser candidato à Presidência) vamos ter que refazer nossos planos. Acho que não só o PMDB, mas todos os partidos”, disse o ministro, que participou de uma confraternização a favor da candidatura do deputado federal Antônio Andrade para o diretório estadual do PMDB. “Diferentemente de outros partidos, nós não temos qualquer aversão ao nome do governador. Estamos abertos também a conversas com o PSDB”.

O ministro das Comunicações voltou a deixar claro que acha difícil uma articulação do PMDB com o PT se o candidato petista for o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. “Não dá para conversar com pessoas que, de imediato, já colocam como condicionante a cabeça de chapa. Nossa proposta é construir uma caminhada juntos e lá na frente, com base nas pesquisas, definir quem vai ser o candidato”, disse.

Durante a confraternização, Hélio Costa foi por diversas vezes chamado de “o futuro governador de Minas Gerais”. Coordenador da campanha de Andrade à presidência estadual do PMDB, o prefeito de Uberaba, no Triângulo Mineiro, Anderson Adauto, chegou a vincular a eleição de Andrade à candidatura de Costa.

“Com a eleição do Antônio Andrade vamos construir o caminho para 2010. Temos todas as condições de chegar ao Palácio da Liberdade. Para isso, é importante que o Hélio (Costa)tenha, na presidência do partido, um nome em que ele possa confiar. É como um casamento”, afirmou Anderson Adauto.

Antônio Andrade prometeu buscar unidade com “os que estão do outro lado” para que o PMDB consiga chegar unido na sucessão estadual. Andrade defendeu um projeto de centro-esquerda para a sucessão estadual, também em uma sinalização de aliança com o PT. Presente ao encontro, o deputado federal Leonardo Quintão descartou ser candidato a vice em 2010: “Eu queria mesmo era ser candidato a governador”.