quinta-feira, 16 de julho de 2015

CUNHA SITUAÇÃO DELICADA

Cunha: tranquilo?
Cunha: tranquilo?
Eduardo Cunha está sendo mais Eduardo Cunha do que nunca ao tentar ironizar uma possível investida da PF na residência oficial do presidente da Câmara, como fez ontem. É do  seu estilo de partir para o confronto.
A verdade, porém, é que as novas delações premiadas já feitas  na Lava-Jato estão tirando o sono de Cunha já há algumas semanas.
Ontem, por exemplo, passou parte do dia ao telefone com seus advogados, acompanhando a cada hora o andamento do inquérito contra ele no STF.
A vários parlamentares já disse  neste período ter a certeza de que Rodrigo Janot irá indiciá-lo. A todos, Cunha mostra-se preparado para uma guerra.
O fato é que Cunha deve saber das coisas, mas nada acontecerá a ele esta semana. Até amanhã pelo menos, ele poderá dormir até mais tarde.
Já na semana que vem…
Por Lauro Jardim

MONTES CLAROS: VICE PODE FICAR DE FORA DA CHAPA COM RUY MUNIZ


O cenário político em Montes Claros anda bastante movimentado nos bastidores quando o assunto é quem será o candidato a vice-prefeito na chapa de reeleição do prefeito Ruy Muniz. O atual vice José Vicente sabe que para permanecer na chapa precisará do apoio dos seus correligionários peemedebistas que até o momento demostram sinais de candidatura própria o que afastaria de vez o sonho de Vicente de continuar na chapa com Muniz.

REFORMA POLÍTICA


Por acordo entre os líderes partidários, os destaques à PEC da Reforma Política (182/07) serão votados em agosto. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse que analisará com mais detalhamento a questão de ordem apresentada contra os destaques do PT e do PPS que pretendem excluir a possibilidade de empresas fazerem doações a partidos políticos para definir as próximas votações.

CONGRESSO NACIONAL: VOLTA O MANDATO DE 4 ANOS


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O plenário da Câmara dos Deputados voltou atrás e derrubou hoje (15) a duração de cinco anos para os mandatos de presidente da república, governadores, prefeitos, deputados, vereadores e senadores. As matérias haviam sido aprovadas durante a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma política, em primeiro turno. Com a decisão, os cargos do Executivo, deputados vereadores retornam o mandato de quatro anos e oito anos para senadores.
Foram duas votações, na primeira foi aprovado um destaque do PMDB que retirava do texto aprovado a alteração nos mandatos do Legislativo. Por 294 votos a favor dos cinco anos e 154 contra. Para que os cinco anos fossem mantidos, eram necessário os votos de no mínimo 308 deputados. Na segunda votação, os deputados também voltaram atrás e reduziram, por 363 votos favor e 68 contra, o tempo de mandato, de cinco para quatro anos, para presidente da República, governadores e prefeitos.

SMARTPHONE UMA PAIXÃO


Você abre apps no seu smartphone mais de 60 vezes por dia? Se sim, você se encaixa na categoria dos “viciados em celular”. Mas não está sozinho. Há mais de 280 milhões desses compulsivos no mundo, de acordo com um levantamento divulgado nesta quarta-feira pela Flurry, uma empresa de análise de aplicativos que o Yahoo comprou no ano passado. Esse índice cresceu quase 60% em relação ao ano passado,
Os aplicativos mais acessados pelos “viciados” são, na maior parte, de redes sociais e de mensagens, e os “viciados” usam esses dispositivos com uma frequência pelo menos cinco vezes maior que o usuário médio.De 2014 para 2015 o número de dispositivos inteligentes cresceu de 1,3 bilhão para 1,8 bilhão, ou seja, um aumento de 38% de um ano para o outro.

EDUARDO CUNHA: PMDB INSATISFEITO COM O PT


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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje (16) que o PMDB só manterá a aliança com o PT até o final do governo para cumprir o compromisso firmado nas urnas e manter a governabilidade do país. Segundo ele, não é “improvável” que a legenda saia a qualquer tempo do governo, mas esta não seria a postura “ideal”.
“É uma forma de dizer para a sociedade que estamos lá para dar governabilidade porque assumimos este compromisso mas estamos doidos para cair fora”, afirmou. Durante um balanço sobre o primeiro semestre a frente da Câmara dos Deputados, Cunha explicou que a legenda tem responsabilidade com o país e que a população não entenderia uma saída do PMDB neste momento, mas acrescentou: “Se tem um partido que não quero fazer aliança hoje é o PT”.
O presidente da Câmara afirmou que o PMDB nunca fez parte do governo e o fato de ocupar o comando de alguns ministérios “não significa nada”. Segundo ele, as pastas interessam apenas aos ministros mas não contempla ou inclui as posições do partido na tomada de decisões.

AÉCIO NEVES E O PERSONAGEM DORIAN GRAY


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Jornalista João Paulo Cunha, um dos mais respeitados de Minas Gerais, compara o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ao personagem Dorian Gray, de Oscar Wilde; "Em linhas gerais, o livro narra a história de um homem que leva uma vida dupla. Por obra de um pacto, Dorian tem sua existência voltada para a busca do prazer sem limites. Mesmo assim, mantém a aparência do corpo e as cintilações da virtude, enquanto um retrato a óleo, pintado com sua imagem de corpo inteiro, envelhece e abriga as rugas do tempo e marcas de seus pecados de alma", diz Cunha; "Aécio Neves tem muito de Dorian Gray. O retrato que o protegeu do peso da realidade foi o fosso criado entre suas ações e a opinião pública"; segundo o jornalista, desde que perdeu as eleições, Aécio teve seu verdadeiro retrato revelado; "Está colada nele, agora para sempre, uma postura odiosa, iracunda, incapaz de diálogo"; leia a íntegra.
Imagem não é tudo
Aécio vem tentando, por todos os meios, adiar a consagração de uma verdade democrática.
Por João Paulo Cunha*
De Belo Horizonte 
Aécio Neves é um personagem ambivalente. Sua indignação não convence nunca e soa como inveja; sua juventude estendida além do limite natural gerou uma máscara que, quando quer ser irônica, acaba figurando sarcástica – parece que vai envelhecer sem passar pela fase de maturidade. Sua dedicação às questões públicas destoa de sua trajetória personalista e é sempre uma derivação de seu desejo incontido de poder.
Desde que foi batido nas urnas, tomou como sentido de vida anular as eleições. Construir a oposição responsável, saldo maior e dever decorrente de sua votação expressiva, se afigura para ele como uma aceitação da derrota, o que conflita com sua autoimagem. Há uma necessidade premente de sustentação egoica que tromba com a realidade. Aécio vem tentando, por todos os meios, adiar a consagração de uma verdade democrática.
Sua presença na cena política brasileira vem somando ingredientes de golpismo explícito e irresponsabilidade difusa, por vezes até além das nossas fronteiras. Com isso, busca interromper um fluxo democrático que custou o trabalho de várias gerações. Para efetivar seu desejo de reescrever a história, vale-se de tudo, de fracos argumentos jurídicos encomendados ao moralismo típico da vertente antipopular e udenista da política brasileira, da qual é o representante extemporâneo mais expressivo.
Se a figura pública vem sendo suficientemente apresentada por suas atitudes, há um traço de caráter que aproxima Aécio de um personagem de romance do fim do século XIX. Quando, em 1891, o poeta irlandês Oscar Wilde publicou seu O retrato de Dorian Gray, sem querer, estava antecipando o destino trágico do senador mineiro.
Em linhas gerais, o livro narra a história de um homem que leva uma vida dupla. Por obra de um pacto, Dorian tem sua existência voltada para a busca do prazer sem limites. Mesmo assim, mantém a aparência do corpo e as cintilações da virtude, enquanto um retrato a óleo, pintado com sua imagem de corpo inteiro, envelhece e abriga as rugas do tempo e marcas de seus pecados de alma.
Dorian é ao mesmo tempo um esteta embriagado pela beleza e um homem capaz de atrocidades, sempre autoindulgente e feliz em se destacar das pessoas comuns. Ao final, imagem e realidade se encontram e selam seu destino. As cicatrizes do retrato colam de vez na pele de Dorian Gray, que é destruído por suas próprias ações.
Aécio Neves tem muito de Dorian Gray. O retrato que o protegeu do peso da realidade foi o fosso criado entre suas ações e a opinião pública. Fez dos meios de comunicação, cooptados por vários expedientes, o verniz que imantava sua imagem pública. Equívocos e desvios não grudavam nele. Podia errar em administração, política, ética e até em bons modos, que saía ileso.
Assim, por força de uma ação operosa e cara de criação de sua imagem pública, o retrato midiático de Dorian Neves não exibia manchas de incompetência gerencial, descumprimento de responsabilidades legais, insensibilidade social, mitomania, amizades problemáticas, comportamento social extravagante, nepotismo e nem mesmo de contravenções simples, como dirigir fora das condições exigidas pelo Código de Trânsito Brasileiro.
Não era o político que errava, era seu outro, o retrato resguardado do olhar do público. O drama maior do personagem, contudo, era a crença na verdade da mentira. Aécio se convenceu de que era o Aécio que criou para uso externo.
Mas, como no caso de Dorian Gray, a tragédia se instalou. Hoje, pela força de seu personagem, não resta ao ex-governador nada além de manter o papel de vítima e vociferar contra a derrota que julga inaceitável. Ele precisa atacar as eleições e o poder constituído, sem perceber que se aproxima da afronta à própria democracia. Está colada nele, agora para sempre, uma postura odiosa, iracunda, incapaz de diálogo.
Ele tem agora sua última chance: perseverar nas insensatas tentativas de golpe ou se despedir de vez de sua ambição de ser presidente da República. Daí o desespero, já que a cada dia suas chances diminuem. Seus correligionários José Serra e Geraldo Alkmin, como sempre “muito amigos”, acompanham o desbotar inevitável da falsa imagem enquanto, na sombra da discrição, aguardam 2018. Aécio Neves não deve chegar com musculatura política até lá. Ele está ficando cada dia mais desagradável.
Seu retrato, até então resguardado, foi descerrado em praça pública.
Talvez sobre a ele o aprendizado conquistado em tantos anos de dedicação ao prazer. É o quinhão de felicidade que ainda lhe resta. Quando a vida dupla cessa, fica o solo humano verdadeiro, ainda que pouco fértil. Um personagem de O retrato de Dorian Gray define bem a Inglaterra vitoriana da novela: “a terra natal da hipocrisia”. O tempo passou, mas parece que não estamos muito longe dessa paisagem moral.
* João Paulo Cunha é jornalista.