Auxiliares de Michel Temer avaliam que o Supremo Tribunal Federal deve indeferir os pedidos de prisão formulados por Rodrigo Janot, procurador-geral da República, contra Renan Calheiros, José Sarney, Romero Jucá e Eduardo Cunha. Em privado, as autoridades do Planalto enxergam açodamento nas petições do chefe do Ministério Público Federal.
Em relação a Renan, Sarney e Jucá, os pedidos de prisão escoram-se na delação premiada de Sérgio Machado, preposto do PMDB na presidência da Transpetro por 12 anos. O material inclui gravações de conversas feitas por Machado. Para o procurador-geral, esses diálogos revelam a existência de um complô para obstruir a Lava Jato, inclusive por meio de aprovação de projetos de lei.
Na visão dos auxiliares de Temer, a tese de obstrução da Justiça não se sustenta. Recorda-se que, pela Constituição, parlamentares só podem ser presos em flagrante. Em novembro de 2015, ao ordenar a prisão do então senador petista Delcídio Amaral (MS), o Supremo aceitou a tese segundo a qual a ação de uma organização criminosa para obstruir a Justiça constitui “um flagrante permanente”.
Por Josias de Souza
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