Ricardo Noblat
O PSDB distribuiu nota de apoio “irrestrito a todas as manifestações pacíficas e organizadas de forma apartidária em todo País”.
Diz que estará com seus militantes “ao lado dos que expressam o grande sentimento de indignação contra a degradação moral e os gravíssimos problemas socioeconômicos provocados por esse governo”.
Aécio Neves, presidente do partido, anunciou que não comparecerá à manifestação do próximo domingo para evitar o uso do seu nome pelo governo como meio de fortalecer o discurso contra o terceiro turno.
- Não devo ir para não dar força ao discurso do terceiro turno, pelo fato de ter disputado a eleição com a presidente Dilma. Isso dá força ao discurso que não é verdadeiro. Quanto menos partidário mais expressivo será o movimento – observou Aécio.
Quer dizer: se militantes e mesmo líderes expressivos do PSDB marcharem ao lado dos manifestantes que querem o impeachment de Dilma, o governo não falará em terceiro turno. Mas se ele, Aécio, marchar, aí, sim, o governo falará.
Lorota.
Aécio poderá ir ou não à manifestação. Não irá. Mas não jogue nas costas do governo a culpa por sua ausência.
O PSDB vive um dilema – para variar. Não quer saber de impeachment de Dilma porque não quer saber da substituição dela por Michel Temer, o vice do PMDB.
O que o PSDB ganharia com isso? Nada. E ainda se veria obrigado a apoiar Temer.
O melhor para o PSDB seria que Dilma sangrasse até o último dia do seu segundo governo. Para que ele, PSDB, disputasse a eleição presidencial de 2018 com chances de derrotar o PT.
Mas e se Dilma sangrar por dois anos e se recuperar nos dois anos finais?
Impeachment depende de povo na rua. Muito povo. Por um largo tempo.
Os políticos temem perder o controle do processo.
No dia em que o povo acordar os governantes perderão o sono.
Senador Aécio Neves (Imagem: George Gianni / PSDB)
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