“Não tem a menor chance. Eu me sentiria violentado se traísse os meus princípios. A coerência é uma cláusula pétrea na minha vida pública. Fui convidado para integrar o Ministério das Cidades, mas recusei o chamado por esse mesmo motivo”.
A negativa acima é do ex-deputado federal e presidente estadual do PSD, Alexandre Silveira, em resposta nesta quarta à possibilidade de anunciar o seu apoio ao governo de Fernando Pimentel (PT) em troca de um cargo na Cidade Administrativa.
Apesar da ênfase de Silveira, a mudança de lado dele, ex-secretário da gestão de Antonio Anastasia, é dada como certa por políticos aliados ao governo mineiro e também à oposição.
Muito próximo do grupo de Aécio Neves, Alexandre Silveira viu sua relação com o PSDB começar a estremecer em agosto do ano passado, ainda durante a campanha eleitoral. Silveira, junto com Narcio Rodrigues, coordenava a campanha de Pimenta da Veiga (PSDB) e acabou sendo, de acordo com integrantes da campanha, “varrido” da função pelo ex-secretário de Estado Danilo de Castro. Na época, o candidato tucano estacionara nas pesquisas de intenção de voto. Membros do partido ainda culpam o mau desempenho da coordenação de Pimenta como um dos fatores da derrota de Aécio Neves na disputa presidencial, inclusive perdendo no primeiro e no segundo turnos em Minas Gerais.
A briga com o alto escalão tucano, em especial com Danilo de Castro, homem forte dos governos do PSDB em Minas, seria a principal causa para a decisão de Silveira. Ele estaria sem lugar e se sentindo desvalorizado no grupo tucano.
O retorno do presidente estadual do PSD à Cidade Administrativa, agora governada pelo PT, é ventilado até por pessoas próximas de Fernando Pimentel. Para elas, esse movimento desagradaria muita gente da base aliada do governador. “Isso pode até causar uma crise no governo. Mas vamos aguardar”, diz, preocupada com a reação de aliados, uma fonte do Palácio Tiradentes. A ida de Silveira para o lado de Pimentel só agradaria e muito ao presidente nacional do PSD e ministro do governo Dilma, Gilberto Kassab.
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