segunda-feira, 19 de agosto de 2013

EX-PROCURADOR ARQUIVOU REPRESENTAÇÃO CONTRA AÉCIO

Uma decisão tomada pelo ex-procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no dia 23 de julho, promete gerar intensos debates no meio político. Gurgel, que deixou o cargo ontem, arquivou uma representação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que deverá ser o candidato tucano ao Palácio do Planalto.
A representação, apresentada por deputados estaduais que fazem oposição a Aécio, liderados por Rogério Correia, do PT, pedia a abertura de uma investigação sobre o patrimônio do senador mineiro. Gurgel não viu razões para a investigação, conforme escreveu em seu parecer:

“Ao contrário, os documentos constantes dos autos comprovam que o representado declarou o seu patrimônio à Justiça Eleitoral. Tanto assim é verdade que a relação de bens apresentada pelos noticiantes foi extraída exatamente do site do Tribunal Superior Eleitoral.
De acordo com esses mesmos documentos, o patrimônio foi constituído, em sua grande parte, antes que o noticiado assumisse o cargo de governador do Estado de Minas Gerais, não se podendo dizer que foi fruto de eventual beneficio havido no exercício do cargo.”

Apresentada em maio de 2011, a representação dos deputados questionava o patrimônio de Aécio. Alegava-se que o senador declarou à Justiça Eleitoral possuir bens de pouco mais de R$ 617 mil, mas foi parado numa Land Rover numa blitz no Rio de Janeiro. De acordo com a representação, só este automóvel valeria mais de R$ 300 mil. No entanto, o carro está declarado como propriedade da Rádio Arco-Íris, empresa na qual Aécio tem pequena participação acionária, argumento que foi acatado por Gurgel.

Para o PSDB de Minas, as denúncias têm caráter político e Rogério Correia também é constantemente acusado pelos tucanos de envolvimento com o lobista Nilton Monteiro, um dos responsáveis pela chamada “Lista de Furnas”.

O arquivamento da representação promete gerar muito barulho porque Gurgel, antes de deixar o cargo, limpou as gavetas e pediu abertura de inquérito no Supremo Tribunal contra vários políticos, como, por exemplo, os deputados Gabriel Chalita (PMDB-SP) e Anthony Garotinho (PR-RJ). Além disso, numa decisão bastante questionada, ele chegou até a sugerir a cassação da governadora Roseana Sarney, do Maranhão, que foi eleita pelo PMDB.

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