Do Ministério da
Ciência e Tecnologia à Casa Civil, para onde irá assim que deixar, até o final
do mês, a pasta da Educação, o ex-senador Aloizio Mercadante só ganhou
prestígio com a presidente Dilma Rousseff. Dono de oratória enfática,
capacidade de adaptação na máquina pública e experiência parlamentar, ele
ocupou aos poucos, na prática, o espaço de articulador de um governo carente de
articuladores. Agora, no novo cargo, cumprirá mais um papel importante para a
presidente: o de atuar como homem forte dela também no diálogo com a cúpula do
partido.
Fundador do PT,
Mercadante terá em suas mãos a coordenação de todos os grandes programas em
andamento no governo federal. Ele será o ministro que vai saber de tudo, com
poderes para escolher, diante de dúvidas, o que é urgente e o que pode esperar,
o que é de interesse prioritário da presidente e o que não é. Nesse trabalho,
vai mediar demandas e acordos, dono da palavra que só não será mais forte, para
resolver as chamadas bolas divididas, que a da própria presidente.
Sério e
introvertido, filho do general Muniz Oliva, que chefiou a Escola Superior de
Guerra, Mercadante costuma ser claro e duro nas posições que defende dentro do
partido. Ele já foi candidato a vice de Lula, em 1994, e coordenou a redação do
programa do PT, dois anos depois. Eleito deputado federal mais votado do País,
em 1990, também foi um recordista de votos quando chegou ao Senado, em 2002,
com mais de 10 milhões de votos. Esse histórico, somado ao fato de ter
concorrido a duas eleições a governador, fazem de Mercadante, internamente, um quadro
respeitado por sua capacidade de empolgar a militância do partido. Dentro do
PT, falar de igual para igual com ele não é mesmo para qualquer um
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe o seu comentário, dúvida ou sugestão.