terça-feira, 22 de março de 2016

O MENSALÃO DO PSDB EM MINAS


Seis réus do mensalão tucano, dentre eles o publicitário Marcos Valério e outros dois condenados pelo mensalão do PT, tiveram as datas de seus interrogatórios marcadas pela Justiça de Minas Gerais.

O caso é considerado um "embrião" do episódio que envolveu o PT, julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e apura crimes de lavagem de dinheiro e peculato na fracassada campanha de reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo mineiro em 1998.

Em dezembro, Azeredo foi condenado em primeira instância a 20 anos e 10 meses de prisão, mas recorre da sentença em liberdade.

Valério e seus sócios nas agências DNA e SPM&B Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, que faziam parte do chamado "núcleo publicitário" do suposto esquema, serão interrogados em 1º de julho. Eles cumprem pena pelo mensalão petista.

Antes disso, os diretores da antiga Codemig (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais) Renato Caporalli e Lauro Wilson de Lima Filho devem ser ouvidos em 20 de maio e o então secretário-adjunto de Comunicação Social Eduardo Pereira Guedes Neto no dia 10 de julho.

As datas foram marcadas pela juíza Melissa Pinheiro Costa Lage, da 9ª Vara Crime de Belo Horizonte, responsável pelo caso. Ela também dividiu em três o processo que continha todos os seis réus, de acordo com a data do interrogatório.

Atualmente, além dos seis e de Azeredo, o ex-senador Clésio Andrade (PMDB) responde a uma ação pelo caso. No entanto, ele tem conseguido protelar o interrogatório desde julho de 2015. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça mineiro, a nova data para Clésio ser ouvido ainda não foi marcada.

O secretário da Fazenda do governo Fernando Pimentel (PT), José Afonso Bicalho, também é réu e, por conta do cargo, será julgado pelo TJ.

Alguns dos acusados que se tornaram réus não serão julgados. Fernando Moreira Soares, que dirigiu a empresa de saneamento de Minas em 1998, morreu em outubro passado. Já o ex-vice-governador de Minas e ex-ministro Walfrido dos Mares Guia e o coordenador da campanha de Azeredo em 1998, Claudio Mourão, foram beneficiados com a prescrição ao completar 70 anos.
Segundo o Ministério Público, no mensalão tucano foram desviados R$ 3,5 milhões (R$ 14 milhões, em valores atualizados) de empresas públicas para irrigar a campanha de Azeredo.

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