Nessas duas últimas semanas que restam de janeiro, dois polos da política mineira entrarão no árido campo desse mês de recesso branco pela formação de blocos parlamentares que atuarão na Assembleia Legislativa no primeiro dos quatro anos do atual governo. A favor, contra ou muito antes pelo contrário? Histórica e tradicionalmente, três blocos se formam no Legislativo mineiro: o blocão (governista), integrado pelos apoiadores diretos do governo; o de oposição e, entre eles, o ‘bloquinho’, que assume nomes pomposos como “independente” ou “Minas avança”.
Os dois polos são liderados pelo PT, que está no governo, de um lado, e pelo PSDB, que está na oposição, de outro, reproduzindo a bipolaridade política nacional. Por identidade política e eleitoral, alguns partidos estão vinculados a um e outro. Já os outros partidos podem ir pra lá ou pra cá, dependendo do tratamento, entenda-se contrapartida pelo apoio. O PT quer montar uma base governista que lhe dê governabilidade e tranquilidade para aprovar os projetos de seu interesse.
Durante a eleição do governador Fernando Pimentel (PT), estiveram juntos com o petista outros quatro partidos: o PMDB, PRB, Pros e PCdoB, quando elegeram 28 deputados estaduais. Informalmente, ganharam o reforço de outros três do PR, totalizando 31 votos.
Essa é a base aliada, hoje, do governo mineiro, registrando número insuficiente para a tal governabilidade. O líder do governo, Durval Ângelo (PT), quer um número ampliado para 55.
Para isso, precisa conquistar outros 24. A oposição elegeu 22, mas já há defecções. Ambos os polos brigarão pelo apoio dos outros 24 eleitos. Se o governista busca apoio de 24, o oposicionista tenta segurar os seus e atrair mais alguns. O número de 26 é o foco da oposição, suficiente para montar CPI; já o governo, precisa de, pelo menos, 46 para votar matérias constitucionais.
Nos próximos 10 dias, Durval Ângelo terá o reforço do vice-governador Antônio Andrade (PMDB), do secretário de Governo, Odair Cunha (PT), e do secretário da Casa Civil, Marco Antônio Resende. Do outro lado, o fortalecimento será feito pelo ex-secretário de Governo Danilo de Castro (PSDB), pelo ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP), pelo presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro, pelo senador eleito Antonio Anastasia (PSDB) e pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves.
Como se vê, a pressão será aumentada pra cima dos deputados eleitos e reeleitos. Nomes à parte, o governo mineiro tem mais capacidade de articulação e de oferta. Deputado não gosta de ficar longe do governo, que, por meio de cargos públicos e convênios com prefeituras, tem poder de atração.
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