sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

MINISTÉRIO PÚBLICO DENUNCIOU 5 PESSOAS DO CASO HELICÓPTERO DOS PERRELA



O Ministério Público Federal no Espírito Santo denunciou cinco pessoas sob acusação de envolvimento no transporte de cocaína em helicóptero de empresa do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG).

Os denunciados por tráfico de drogas e associação para o tráfico são o piloto e o co-piloto da aeronave, dois responsáveis por descarregar o helicóptero e o dono da fazenda em que a aeronave foi apreendida, em Afonso Cláudio, sul do Espírito Santo, em novembro do ano passado.

Sobre a eventual participação de Gustavo Perrella, dono da Limeira Agropecuária, proprietária do helicóptero, a Procuradoria informou que, em razão do foro privilegiado do deputado, pediu o envio do inquérito ao TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região).

Gustavo Perrella

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ALMG/Divulgação
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Deputado Gustavo Perrella usou verba da Assembleia de Minas para abastecer o helicóptero

A Polícia Federal já havia descartado a participação da família Perrella no caso, e o procurador responsável pela denúncia disse que o envio do caso ao TRF-2 "não implica em opinião negativa sobre a participação" de Gustavo Perrella no caso.

"A decisão apenas reconhece que não cabe a um membro do MPF que atua perante órgãos de primeira instância analisar a questão", afirmou a Procuradoria em nota.

Sobre os denunciados, o Ministério Público Federal disse considerar que "não resta dúvidas" sobre a atuação "com plena ciência do que faziam era ilegal". Foram denunciados o piloto Rogério Almeida Antunes, o co-piloto Alexandre José de Oliveira Júnior, os responsáveis por descarregar o helicóptero Robson Ferreira Dias e Everaldo Lopes de Souza e o dono da fazenda em Afonso Cláudio, Elio Rodrigues.

O piloto Rogério Antunes era funcionário de confiança dos Perrella, e ocupava um cargo de confiança na Assembleia Legislativa de Minas Gerais por indicação de Gustavo Perrella. De acordo com a Procuradoria, ele receberia R$ 50 mil pelo traslado da pasta-base de cocaína, trazida do Paraguai.
Em depoimento à PF, o piloto negou envolvimento de seus patrões no tráfico. Para a PF, ele agiu de forma "isolada".

Se condenados, os cinco denunciados poderão pegar de cinco a 15 anos de prisão por tráfico de drogas, três a dez anos por associação ao tráfico de drogas e ainda ter aumento de pena em até dois terços por tráfico internacional.

Embora os Perrella não tenham sido apontados como responsáveis, a Justiça Federal determinou a apreensão do helicóptero, para uso do Estado do Espírito Santo e da Polícia Federal.
 
OUTRO LADO

A reportagem não conseguiu localizar os advogados dos denunciados nesta sexta-feira (24).

O advogado de Gustavo Perrella, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que o Ministério Público Federal no Espírito Santo poderia ter pedido o arquivamento do inquérito em relação ao deputado.
 
"Foi um excesso de zelo, já que Gustavo é vítima nesse caso, não há um fiapo de indício contra ele. Mas não prejudica em nada a situação, já que o caso deverá ser arquivado no TRF-2", afirmou

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