segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

ENTREVISTA ESTADO DE MINAS : SENADOR CLÉSIO ANDRADE DEFENDE CANDIDATURA PRÓPRIA


A bancada estadual do PMDB divulgou nota, semana passada, defendendo em Minas uma estratégia política comum entre PT e PMDB, em repetição ao cenário nacional. Como fica a sua intenção de concorrer ao governo de Minas nesse contexto?Pela nota que foi divulgada, sentimos essa tendência. A questão dos deputados estaduais é natural, estão corretos, têm de se preocupar com a reeleição deles. Só que o ponto importante é que uma candidatura do PMDB ao governo bem posicionada puxa três candidatos estaduais e três federais. A composição que eles almejam, que seria com o PT, pode até ser menos favorável em relação à vantagem da candidatura própria. Vamos demonstrar a eles, por meio de cálculos, os benefícios de uma candidatura de terceira via.

Há hoje no PMDB aqueles que querem uma coligação com o PT, outros que defendem um alinhamento com o PSDB e, por fim, os defensores da candidatura própria. A sua candidatura vai vingar em meio a essas tendências?
Quando existem dois polos conflitantes, há condições para que a terceira via se fortaleça. Pois nem quem é a favor do PSDB vai querer que o PMDB se alie com o PT nem quem é a favor que se coligue com o PT vai querer que o partido vá com o PSDB.

Como avalia a filiação do empresário Josué Gomes da Silva, filho de José Alencar Gomes da Silva, para o PMDB?
Foi para fortalecer o PMDB. Ele já deu declarações de apoio à minha candidatura. É um nome sem dúvida preparado, uma alternativa forte inclusive para vice-presidente da República.

E o Michel Temer? O que seria feito dele?
Coloco essa observação caso ocorra a vinda do Lula. Não podemos traçar o cenário nacional ainda. No momento, existe uma candidatura do senador Aécio Neves (PSDB), da presidente Dilma (PT), do Eduardo Campos (PSB) e existe ainda a possibilidade de a candidatura ser do Lula. Nesse contexto, o Josué fortalece o Lula. E o Josué chega em boa hora porque também fortalece a política de alianças do PMDB em Minas. Definida a nossa candidatura, começamos a trabalhar nesse sentido. Temos conversado com alguns partidos, com o PSD, com o PDT e com o PRTB, este um partido que irá nos acompanhar. Mas mesmo que nós não consigamos formar uma grande aliança, até aí o nome do Josué é importante como candidato ao Senado e o do Antônio Andrade candidato a vice. Uma chapa pura. Temos ainda a alternativa de Hélio Costa, hoje o melhor candidato para disputar o Senado, em condições de competir com a possível candidatura de Antonio Anastasia.

Há alguma chance de o senhor desistir de sua candidatura própria e vir, por exemplo, a ser candidato ao Senado na chapa do PSDB?
Não tem não. Todo o nosso projeto de transformação para Minas já está pronto. Minas perdeu muito na área federal, muito pouco investimento vem para Minas. É preciso entrosamento com a área federal. Por exemplo, uma questão importante é a construção do Rodoanel, pois sabemos que a solução da região metropolitana passa por essa melhoria. É preciso deslocar o trânsito pesado para transformar o Anel em uma avenida. Outra coisa importante é o metrô, que se arrasta há quantos anos?. Precisamos estendê-lo até Betim. A duplicação da BR-381, que foi licitada, vai sair, mas está atrasada. A BR-040 até Brasília, a BR-135 para Montes Claros e a BR-116 são rodovias que já deveriam ter sido duplicadas. Isso está prejudicando a economia de Minas, inclusive prejudicando a atração de investimentos novos. No Senado, nós cobramos o tempo todo, por isso dizemos que o governo federal fez pouco por Minas. Uma candidatura própria do PMDB é que terá condições de fazer essas transformações, pois, ganhe quem ganhar, vai precisar do PMDB para governar o país.

Em todas as eleições, a pauta continua a mesma. Primeiro foi o governo do PSDB, depois do PT e o PMDB participou de ambos. Por que, então, esses investimentos federais não vieram para Minas?
Não vieram por divergências políticas entre os governos. Temos de evitar isso no futuro. Em qualquer polo que ocorra uma eleição – se Aécio se eleger e o PT governar Minas teremos o mesmo problema. Se acontece a eleição da Dilma e o PSDB governador estaremos no mesmo problema. Agora, qualquer um deles que se eleger precisará do PMDB. Então, é preciso distensionar e acabar com essas divergências políticas que prejudicam o estado. Independentemente da futura gestão federal, é preciso alinhamento do governo do estado com o federal para trazer resultados.    

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