O Grupo de Trabalho de Reforma Política da Câmara dos Deputados vai
propor o fim da reeleição para presidente da República, governadores e
prefeitos. Os integrantes do grupo também decidiram nesta terça-feira
(5) propor a manutenção do tempo de mandato em quatro anos. O grupo
havia estipulado inicialmente que os mandatos para cargos majoritários
seriam de cinco anos, mas a discussão foi reaberta e concluída hoje.
Principais pontos
A PEC institui, entre outras coisas, o voto facultativo; a
coincidência das eleições municipais com as eleições estaduais e federal
a partir de 2018; fim das coligações eleitorais, ou seja, o fim da
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, municipal ou distrital. Porém, pela proposta, os partidos que
se coligarem para a disputa de eleições proporcionais integrarão, até o
fim da legislatura, o mesmo bloco parlamentar na casa legislativa para a
qual elegeram seus representantes. A PEC determina ainda a perda do
mandato dos que se desfiliarem voluntariamente do partido pelo qual
foram eleitos.
O texto também propõe teto de despesa para a campanha eleitoral, que
será definido em lei pelo Congresso Nacional. Pela proposta, cada
partido poderá optar pelo modo de financiamento, se privado, misto ou
exclusivamente público. A PEC também propõe que seja fixado em lei um
valor máximo para as doações de pessoas físicas e jurídicas. Os partidos
e candidatos somente poderão arrecadar recursos após a definição desses
limites.
Partidos políticos
A PEC diminui as exigências para a criação de partidos. A proposta
reduz o mínimo de assinaturas para criar uma legenda de 0,5% para 0,25%
do total de eleitores (em vez de 493 mil, seriam 245 mil eleitores).
Pelo texto, um partido também poderá ser criado com o apoio de 5% dos
deputados - ou seja, 26 parlamentares - sem a necessidade de apoio
popular.
Porém, o texto estabelece cláusula de desempenho para que partidos
possam ter acesso a recursos públicos. Somente terão acesso a tempo de
rádio e TV e fundo partidário, além de lideranças, funcionários e espaço
físico na Câmara e no Senado, os partidos que obtiverem pelo menos 5%
do total de votos válidos no País, distribuídos em pelo menos nove
estados, com um mínimo de 3% dos votos válidos em cada um deles. "A
ideia é reafirmar a liberdade da população de se organizar politicamente
em partidos políticos, mas aumentar as exigências para que possam ter
acessos a recursos públicos", explicou Vaccarezza.
A proposta também cria cláusula de desempenho para candidatos,
tornando indispensável uma votação mínima (10% do quociente eleitoral)
para que qualquer candidato seja eleito. "O objetivo é evitar que
deputados sejam eleitos com apenas dois votos, como ocorre hoje",
destacou o coordenador.
Além disso, a PEC altera a forma de eleição para os deputados, ao
instituir a criação de circunscrições eleitorais. Segundo o texto, o
sistema de apuração dos votos continua sendo proporcional, mas os
candidatos deverão concorrer em pequenas regiões dentro dos estados,
definidas pelo Tribunal Superior Eleitoral. Pela proposta, seriam
criadas de quatro a sete circunscrições em cada estado. "A ideia é
aproximar o deputado do eleitor", disse Vaccarezza.
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