“Se vencer a eleição
em São Paulo por um voto, venço a eleição presidencial”. Essa frase do
senador Aécio Neves explica bem a prudência que toda a cúpula do PSDB
está tendo para manter a união partidária em seu principal reduto
eleitoral.
A declaração que deu ontem a favor da ação política do
ex-governador José Serra, que supostamente o estava incomodando, foi
combinada, para restabelecer no partido a unidade de pensamento, depois
que alguns partidários de sua candidatura começaram a se enervar com a
demora da oficialização.
Depois de uma rodada de conversas em São
Paulo, primeiro com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com o
governador Geraldo Alckmin, e no dia seguinte com o próprio Serra, Aécio
decidiu aliviar o ambiente tucano, desaconselhando as críticas que têm
sido feitas a Serra por suas palestras e viagens pelo país na roupagem
de também candidato à Presidência.
Aécio Neves, senador. Foto: Leandro Moraes / UOL
Quanto
mais forte a figura de Serra estiver em São Paulo, reflexo de uma
imagem nacional que ele está cultivando nos últimos dias, melhor será
para o desempenho do PSDB em nível nacional. A diferença a favor dos
candidatos tucanos em São Paulo vem se reduzindo nas últimas eleições,
reflexo do fortalecimento do PT no estado.
Fernando Henrique, nas
duas eleições em que venceu Lula no primeiro turno, tirou uma vantagem
de cerca de 5 milhões de votos em 1994 e 1998. Alckmin venceu em 2006
por 3,8 milhões, e Serra, em 2010, por 1.846.036. A questão é que
perderam para Lula e Dilma em Minas e no Rio. Os três estados, juntos,
representam cerca de 40% do eleitorado.
Em 2010, Dilma venceu em
Minas por 1,7 milhão de votos de diferença, e em 2014 a expectativa dos
tucanos é que Aécio coloque uma frente de 3 milhões a 4 milhões de
votos, o que transformaria Minas em sua São Paulo em termos de
performance eleitoral.
No Rio de Janeiro, ela também abriu 1,7
milhão de votos de vantagem, neutralizando a derrota de São Paulo. Aécio
acha que na próxima eleição tem condições de equilibrar a disputa no
Rio, pelo menos reduzindo a diferença em favor de Dilma, se houver.
A
vantagem final de Dilma se deveu basicamente à diferença obtida no
Nordeste (38 pontos) e no Norte (15 pontos), o que somou mais de 11
milhões de votos de diferença. As diferenças de votos a favor da Dilma
nos quatro estados de maiores eleitorados no Nordeste ampliaram sua
vitória em 9.146.751 votos: Bahia (2.788.495), Pernambuco (2.344.718),
Ceará (2.325.841) e Maranhão (1.687.697).
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