quarta-feira, 6 de novembro de 2013

AÉCIO NEVES: " SE VENCER A ELEIÇÃO EM SÃO PAULO POR UM VOTO, VENÇO A ELEIÇÃO PRESIDENCIAL"

Merval Pereira, O Globo
“Se vencer a eleição em São Paulo por um voto, venço a eleição presidencial”. Essa frase do senador Aécio Neves explica bem a prudência que toda a cúpula do PSDB está tendo para manter a união partidária em seu principal reduto eleitoral.

A declaração que deu ontem a favor da ação política do ex-governador José Serra, que supostamente o estava incomodando, foi combinada, para restabelecer no partido a unidade de pensamento, depois que alguns partidários de sua candidatura começaram a se enervar com a demora da oficialização.

Depois de uma rodada de conversas em São Paulo, primeiro com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com o governador Geraldo Alckmin, e no dia seguinte com o próprio Serra, Aécio decidiu aliviar o ambiente tucano, desaconselhando as críticas que têm sido feitas a Serra por suas palestras e viagens pelo país na roupagem de também candidato à Presidência.

Aécio Neves, senador. Foto: Leandro Moraes / UOL

Quanto mais forte a figura de Serra estiver em São Paulo, reflexo de uma imagem nacional que ele está cultivando nos últimos dias, melhor será para o desempenho do PSDB em nível nacional. A diferença a favor dos candidatos tucanos em São Paulo vem se reduzindo nas últimas eleições, reflexo do fortalecimento do PT no estado.

Fernando Henrique, nas duas eleições em que venceu Lula no primeiro turno, tirou uma vantagem de cerca de 5 milhões de votos em 1994 e 1998. Alckmin venceu em 2006 por 3,8 milhões, e Serra, em 2010, por 1.846.036. A questão é que perderam para Lula e Dilma em Minas e no Rio. Os três estados, juntos, representam cerca de 40% do eleitorado.
Em 2010, Dilma venceu em Minas por 1,7 milhão de votos de diferença, e em 2014 a expectativa dos tucanos é que Aécio coloque uma frente de 3 milhões a 4 milhões de votos, o que transformaria Minas em sua São Paulo em termos de performance eleitoral.

No Rio de Janeiro, ela também abriu 1,7 milhão de votos de vantagem, neutralizando a derrota de São Paulo. Aécio acha que na próxima eleição tem condições de equilibrar a disputa no Rio, pelo menos reduzindo a diferença em favor de Dilma, se houver.

A vantagem final de Dilma se deveu basicamente à diferença obtida no Nordeste (38 pontos) e no Norte (15 pontos), o que somou mais de 11 milhões de votos de diferença. As diferenças de votos a favor da Dilma nos quatro estados de maiores eleitorados no Nordeste ampliaram sua vitória em 9.146.751 votos: Bahia (2.788.495), Pernambuco (2.344.718), Ceará (2.325.841) e Maranhão (1.687.697).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário, dúvida ou sugestão.