O fato envolvendo a secretária de Lula mostra claramente como a mídia brasileira trata o ex-presidente, diante dos acontecimentos recentes envolvendo Rosemary Névoa de Noronha. Como mostra esta reportagem do jornal 247.
Lula está na alça de mira e o caso da suposta amante é o
instrumento que resta para eliminá-lo, depois do julgamento da Ação
Penal 470. Os meios de comunicação, no entanto, adotam um comportamento
totalmente distinto do dispensado ao ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, que manteve um caso extraconjugal com uma jornalista da Globo,
Miriam Dutra, e teve o apoio de todos os grandes veículos para ocultá-lo
durante oito anos.
O único jornalista que se dispôs a romper o pacto de
silêncio foi Palmério Doria, editor da revista Caros Amigos, que, em
2000, publicou a capa: “Por que a Imprensa esconde o filho de oito anos
de FHC com a repórter da Globo?”. Para escrever sua reportagem, Doria
resolveu procurar os diretores de redação de várias publicações. Otávio
Frias Filho, da Folha, disse que o jornal “não publica assuntos de ordem
afetiva enquanto pelo menos uma das partes não se manifestar”. A
Editora Abril, por sua vez, se recusou a vender a foto que possuía de
Miriam Dutra. Mario Sergio Conti, diretor de Veja, disse o seguinte, aos
berros, ao jornalista: “Eu não sou da sua laia; leve a sua calhordice
até o fim”. Augusto Nunes, então na Zero Hora, disse que todos os
jornais tinham a história e que, se um desse, todos dariam. Aluizio
Maranhão, do Estadão, afirmou que não havia provas e que, portanto, o
jornal não tinha nenhuma matéria na gaveta. Hélio Campos Mello, da
Istoé, utilizou o mesmo argumento.
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