O que Dilma Rousseff tem de fato a enaltecer a menos de três meses de completar um ano de governo?
A degola de quatro ministros, três deles por suspeita de envolvimento com malfeitos? E mais a troca imprevista de cadeira entre outros dois ministros para não ter que afastar mais um?
Ou seria mais razoável nada cobrar de Dilma por enquanto?
Instalado há oito meses, a que veio o novo Congresso?
Cada vez mais atrelado ao governo, mexe-se com maior ou menor rapidez a depender exclusivamente do governo. No caso, mexe-se devagar.
De notável, aprovou uma lei que prorroga a juventude até a idade dos 29 anos para os aficionados por futebol e ingresso barato.
Alguns dos protagonistas de primeira grandeza das eleições do ano passado dão tempo ao tempo interessados em tentar enxergar o próprio futuro com mais clareza.
Aécio Neves anda meio sumido. Pode acabar trocando o embate presidencial de 2014 pela oportunidade segura de governar Minas Gerais por mais quatro ou oito anos.
José Serra teima em só pensar naquilo. Se Lula disputou e perdeu três vezes antes de vencer a primeira eleição por que a história com ele terá de ser diferente?
Como Aécio, Eduardo Campos, governador de Pernambuco, parece não ter pressa. Ambos têm a idade a favor.
Quanto a Lula... O dono da bola é ele. E Dilma não criará problemas. Imagina!
No primeiro ano de governo de uma mulher, a mais formidável novidade, capaz de influir no destino político do país, foi produzida por um homem sem carisma, de escasso brilho pessoal, mas herdeiro da lábia dos antigos mascates, e da disposição que os levava a oferecer sua mercadoria de porta em porta, obstinadamente.
Cuidado com quem descende de santo.
Descendo de um – São Leonard de Noblat, o protetor das mulheres grávidas e dos prisioneiros. Mas dispenso cuidados.
Sobrinho-bisneto de Nimatullah Yousseff Kassab Al-Hardini, santo da igreja Maronita canonizado por João Paulo II em 2004, Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, inspira cuidados aos seus adversários.
Em prazo recorde, ele criou o Partido Social Democrático (PSD) – o 29º reconhecido pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Estima-se que o PSD tenha nascido com cerca de 55 deputados federais, dois senadores, dois governadores, 600 prefeitos e seis mil vereadores. Na Câmara dos Deputados, talvez só fique atrás do PMDB e do PT.
Kassab apostou na ruína do DEM, seu antigo partido, em baixa desde que o PT chegou ao poder com Lula.
Apostou no enfraquecimento do PSDB, sem discurso e circunscrito a alguns Estados. E apostou na insatisfação de muitos políticos dos partidos da base de apoio ao governo Dilma.
Ganhou todas as apostas.
Causou irritação aqui fora e euforia dentro dos partidos quando proclamou: “Meu partido não será de direita, nem de esquerda, nem de centro”.
Haveria, pois, lugar nele para todo mundo. E assim todo mundo resolveu dar uma mão ao PSD. Ele foi montado com a ajuda da maioria dos governadores. E serve aos mais variados propósitos.
No Rio, por exemplo, o PSD é do governador Sérgio Cabral e fará dobradinha com o PMDB. No Maranhão é da família Sarney.
Na Bahia, o governador Jacques Wagner usou o PSD para enfraquecer o DEM do deputado ACM Neto. Eduardo Campos e Cid Gomes, governador do Ceará, ambos do PSB, desviaram correligionários para engordar o PSD.
Muitos ganharam com a invenção do PSD. Mas ninguém ganhou mais do que Kassab.
Em 2004, candidato a prefeito de São Paulo, Serra fez cara feia para o DEM que bancou Kassab como seu vice.
Agora, é Kassab quem oferece ao PSDB de Serra e de Geraldo Alckmin a vaga de vice-prefeito na chapa a ser encabeçada por um nome do PSD.
Esse nome pode vir a ser o de Afif Domingos, atual vice de Alckmin. Em troca do apoio do PSDB a Afif, Kassab promete apoiar a reeleição de Alckmin em 2014.
Se o PSDB, contudo, preferir desprezar a aliança com o PSD, Kassab então lançará para prefeito Henrique Meirelles, que na última sexta-feira se filiou ao PSD.
Por acaso tem alguém com mais bico e plumagem de tucano do que o ex-deputado federal pelo PSDB de Goiás, Henrique Meirelles?
Tem alguém com trânsito mais livre entre eleitores do PT do que Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central no governo Lula?
Para completar, Meirelles é presidente do Conselho Olímpico no governo Dilma.
Em São Paulo, berço político do PSDB e do PT, o PSD de Kassab é candidato a dar as cartas, ora enfrentando os dois ao mesmo tempo, ora se juntando a um deles.
Doravante, em Brasília, quando algo relevante começar a ser discutido no governo ou no Congresso, alguma voz haverá de perguntar: “O que Kassab acha disso?”.
A degola de quatro ministros, três deles por suspeita de envolvimento com malfeitos? E mais a troca imprevista de cadeira entre outros dois ministros para não ter que afastar mais um?
Ou seria mais razoável nada cobrar de Dilma por enquanto?
Instalado há oito meses, a que veio o novo Congresso?
Cada vez mais atrelado ao governo, mexe-se com maior ou menor rapidez a depender exclusivamente do governo. No caso, mexe-se devagar.
De notável, aprovou uma lei que prorroga a juventude até a idade dos 29 anos para os aficionados por futebol e ingresso barato.
Alguns dos protagonistas de primeira grandeza das eleições do ano passado dão tempo ao tempo interessados em tentar enxergar o próprio futuro com mais clareza.
Aécio Neves anda meio sumido. Pode acabar trocando o embate presidencial de 2014 pela oportunidade segura de governar Minas Gerais por mais quatro ou oito anos.
José Serra teima em só pensar naquilo. Se Lula disputou e perdeu três vezes antes de vencer a primeira eleição por que a história com ele terá de ser diferente?
Como Aécio, Eduardo Campos, governador de Pernambuco, parece não ter pressa. Ambos têm a idade a favor.
Quanto a Lula... O dono da bola é ele. E Dilma não criará problemas. Imagina!
No primeiro ano de governo de uma mulher, a mais formidável novidade, capaz de influir no destino político do país, foi produzida por um homem sem carisma, de escasso brilho pessoal, mas herdeiro da lábia dos antigos mascates, e da disposição que os levava a oferecer sua mercadoria de porta em porta, obstinadamente.
Cuidado com quem descende de santo.
Descendo de um – São Leonard de Noblat, o protetor das mulheres grávidas e dos prisioneiros. Mas dispenso cuidados.
Sobrinho-bisneto de Nimatullah Yousseff Kassab Al-Hardini, santo da igreja Maronita canonizado por João Paulo II em 2004, Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, inspira cuidados aos seus adversários.
Em prazo recorde, ele criou o Partido Social Democrático (PSD) – o 29º reconhecido pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Estima-se que o PSD tenha nascido com cerca de 55 deputados federais, dois senadores, dois governadores, 600 prefeitos e seis mil vereadores. Na Câmara dos Deputados, talvez só fique atrás do PMDB e do PT.
Kassab apostou na ruína do DEM, seu antigo partido, em baixa desde que o PT chegou ao poder com Lula.
Apostou no enfraquecimento do PSDB, sem discurso e circunscrito a alguns Estados. E apostou na insatisfação de muitos políticos dos partidos da base de apoio ao governo Dilma.
Ganhou todas as apostas.
Causou irritação aqui fora e euforia dentro dos partidos quando proclamou: “Meu partido não será de direita, nem de esquerda, nem de centro”.
Haveria, pois, lugar nele para todo mundo. E assim todo mundo resolveu dar uma mão ao PSD. Ele foi montado com a ajuda da maioria dos governadores. E serve aos mais variados propósitos.
No Rio, por exemplo, o PSD é do governador Sérgio Cabral e fará dobradinha com o PMDB. No Maranhão é da família Sarney.
Na Bahia, o governador Jacques Wagner usou o PSD para enfraquecer o DEM do deputado ACM Neto. Eduardo Campos e Cid Gomes, governador do Ceará, ambos do PSB, desviaram correligionários para engordar o PSD.
Muitos ganharam com a invenção do PSD. Mas ninguém ganhou mais do que Kassab.
Em 2004, candidato a prefeito de São Paulo, Serra fez cara feia para o DEM que bancou Kassab como seu vice.
Agora, é Kassab quem oferece ao PSDB de Serra e de Geraldo Alckmin a vaga de vice-prefeito na chapa a ser encabeçada por um nome do PSD.
Esse nome pode vir a ser o de Afif Domingos, atual vice de Alckmin. Em troca do apoio do PSDB a Afif, Kassab promete apoiar a reeleição de Alckmin em 2014.
Se o PSDB, contudo, preferir desprezar a aliança com o PSD, Kassab então lançará para prefeito Henrique Meirelles, que na última sexta-feira se filiou ao PSD.
Por acaso tem alguém com mais bico e plumagem de tucano do que o ex-deputado federal pelo PSDB de Goiás, Henrique Meirelles?
Tem alguém com trânsito mais livre entre eleitores do PT do que Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central no governo Lula?
Para completar, Meirelles é presidente do Conselho Olímpico no governo Dilma.
Em São Paulo, berço político do PSDB e do PT, o PSD de Kassab é candidato a dar as cartas, ora enfrentando os dois ao mesmo tempo, ora se juntando a um deles.
Doravante, em Brasília, quando algo relevante começar a ser discutido no governo ou no Congresso, alguma voz haverá de perguntar: “O que Kassab acha disso?”.
fonte:blognoblat
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