Lamentável sob qualquer ponto de vista, a mudança de cadeiras na Comissão de Ética da Câmara, que tem em mãos o destino do suíço Eduardo Cunha, é um episódio revelador sobre os verdadeiros interesses em jogo neste domingo, quando 513 deputados irão tomar a decisão política mais importante de sua geração, ao examinar um absurdo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Como se pode verificar pela simples leitura dos jornais, Cunha é o verdadeiro maestro do espetáculo. Marcou datas, definiu regras e ritos.
Não importa o número de abaixo assinados que você apoiou. Esqueça as reações indignadas do Ministério Público. Eduardo Cunha é o mal necessário para os adversários do governo derrubarem Dilma. Tudo será feito sob medida para que se torne intocável.
Para quem imagina que uma eventual derrota de Dilma representa uma derrota da corrupção e dos esquemas nefastos da política brasileira, a nova composição do Conselho não poderia ser mais didática e esclarecedora. O mesmo movimento que procura sufocar Dilma dedica-se a dar musculatura e oxigênio ao suíço Cunha, abrindo as portas para sua recuperação e sobrevivência.
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