sábado, 7 de novembro de 2015

PNEUS PARA CONTENÇÃO

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O uso de pneus para a construção de muros de contenção em comunidades carentes de todo o país está sendo estimulado pela Fundação Instituto de Geotécnica (Geo-Rio), órgão da Secretaria Municipal de Obras da prefeitura do Rio de Janeiro, que elaborou um manual de orientação para os moradores, a fim de que, em um sistema de mutirão, eles possam executar a obra usando a tecnologia.
Pesquisa feita há alguns anos pela Geo-Rio, em parceria com o Departamento de Engenharia Civil do Centro Técnico-Científico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CTC/PUC-RJ), com apoio da Universidade de Ottawa, do Canadá, identificou as vantagens e confirmou a eficácia da técnica.
O orientador do estudo, professor Alberto Sayão, da PUC-RJ, destacou que, além do ganho em termos ambientais, a utilização dos pneus como matéria para a construção de muros de contenção é mais barata que a construção dos muros convencionais, denominados muros de peso, feitos em geral de alvenaria ou concreto.
Experiências feitas pela Geo-Rio, com base nas conclusões da pesquisa, mostraram bons resultados. Um projeto pioneiro foi realizado em Jacarepaguá, com 60 metros (m) de comprimento por 4 m de altura que, atualmente, está envolvido pela urbanização da área, informou Sayão. Nesse muro experimental, foram utilizados 15 mil pneus. Outros dois muros com uso de pneus foram erguidos na favela de Rio das Pedras e em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Além do Canadá, outros países já experimentaram os pneus na construção de muros de contenção com sucesso, entre os quais a França, lembrou Alberto Sayão. Embora ainda seja uma técnica nova no Brasil, a pesquisa identificou a melhor metodologia de construção. “Ficou uma coisa simples, rápida e barata, com a vantagem de minimizar o impacto ambiental de descartar pneus nos rios, no meio ambiente.”
Segundo o professor da PUC-RJ, a técnica já foi adotada, também, pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná, e na construção de barragem na Usina de Manso, em Mato Grosso. Há ainda experiências em curso em Minas Gerais e Santa Catarina. “O problema é quando fazem muros sem seguir as instruções da Geo-Rio, sem orientação técnica, porque, nesse caso, os muros de pneus malfeitos sofrem rupturas ou colapsos. Aí, as pessoas que não conhecem põem a culpa na técnica, quando a culpa é da má execução”, afirmou. “Se for benfeito, ele é muito seguro”.

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