Foi com esse tuite que o deputado Newton Lima
(PT-OS) comemorou a aprovação de projeto de lei de sua autoria que
libera a publicação de biografias não autorizadas. É uma derrota parcial
do grupo Procure Saber, coordenado pela empresária Paula Lavigne, e que conta com artistas da nata da música brasileira, como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil.
O Projeto de Lei 393/11, que altera o Código Civil, deve passar agora
pelo Senado. A casa pode modificar substancialmente o texto dos
deputados, assim como não tratar o tema com rapidez. Seria, assim, uma
vitória de Pirro de quem defende a não obrigatoriedade de autorização
para biografias de personalidades públicas, como a Associação Nacional
dos Editores de Livros (Anel).
No texto aprovado, que recebeu uma emenda do deputado Ronaldo Caiado
(DEM-GO), o artigo 20, parágrafo 2º, afirma que “a ausência de
autorização não impede a divulgação de imagens, escritos e informações
com finalidade biográfica de pessoa cuja trajetória pessoal, artística
ou profissional tenha dimensão pública ou esteja inserida em
acontecimentos de interesse da coletividade”.
Já o parágrafo 3º do mesmo artigo abre a possibilidade para que o
biografado entre na Justiça para solicitar a retirada dos trechos que
considere ofensivos à sua pessoa para as futuras edições da mesma obra, e
sem impedir que ele entre com um processo penal ou pedido de
indenização. O livro “Roberto Carlos em detalhes”, do historiador Paulo César de Araújo,
por exemplo, não teria sido apreendido a mando da Justiça, atendendo a
uma demanda do cantor em 2007. Se essa lei for aprovada, os advogados de
Roberto Carlos teriam de especificar os trechos que o ofenderam e não teriam como recolher a obra toda.
Discussão no Supremo
Paralelamente, o Supremo Tribunal Federal vem discutindo esse tema,
por causa da ação direta de inconstitucionalidade proposta pela Anel. A
associação defende que os artigos do Código Civil que tratam do tema das
biografias ferem a cláusula constitucional de liberdade de expressão e
direito à informação, o que significaria censura. A pauta não tem data
para ser votada no STF, mas a promessa era de que isso ocorreria ainda
neste primeiro semestre.
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