quinta-feira, 24 de abril de 2014

ELEIÇÃO EMI MINAS: OS BASTIDORES DA DESISTÊNCIA DE CLÉSIO ANDRADE E A LIDERANÇA DE ANTÔNIO ANDRADE

Ao perceber que o quadro mudou desfavoravelmente e que ficou sem apoio no PMDB, o senador Clésio Andrade jogou a toalha e decidiu não ser mais pré-candidato a governador. A constatação foi feita ontem, durante reunião com dois aliados, os deputados federais Saraiva Felipe e Leonardo Quintão, quando avaliaram os resultados do encontro da véspera, que reuniu, em Belo Horizonte, a maioria das bancadas federal e estadual e da executiva estadual do PMDB.
 
Clésio e os aliados ficaram surpresos com a mudança de posição de deputados federais, como Newton Cardoso e João Magalhães, e de estaduais, como Tadeu Leite, Vanderlei Miranda e Tony Carlos (acompanhado do prefeito de Uberaba, Paulo Piau). Juntos, federais e estaduais presentes formavam também a maioria da executiva (oito dos 13). Com a proposta de aliança com tucanos rejeitada e a tese da candidatura própria enfraquecida, a executiva do PMDB fica, agora, com o caminho livre para, a partir da próxima semana, reunir-se com o pré-candidato a governador pelo PT, Fernando Pimentel, e consumar o fato político que faltava na sucessão.
 
Como demorou a reavaliar sua posição, Clésio perdeu também a chance de ser candidato a vice ou à reeleição ao Senado, postos já ocupados, respectivamente, por Antônio Andrade, presidente estadual do PMDB, e pelo empresário Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar. Nessa reunião, Saraiva, que, na véspera, teria dito que apoiaria a decisão das bancadas, foi incumbido de comunicar o resultado a Clésio. A próxima etapa será o convencimento a Leonardo Quintão, o mais resistente entre eles.
 
Quintão recebeu um recado mais duro. O presidente do partido o avisou que, se levasse a disputa à convenção, ele perderia a legenda para disputar a reeleição, o que, em outras palavras, significa perder o cargo de deputado. Conciliador, Antônio Andrade recuou em sua decisão de intervir no diretório da capital que Quintão dirige, mas poderá, a partir de segunda-feira, iniciar o processo de dissolução.
 
Com tamanha disposição, a tendência é o comando promover convenção apenas homologatória da decisão da executiva. A maioria dos deputados federais e estaduais resolveu aderir à coligação com o PT por conta da sobrevivência política. Aliados ao PT, as chances de reeleição deles e até de ampliação da bancada são boas; sem a dobradinha, ou com candidatura própria, o risco era grande. Além disso, há a perspectiva de integrar o futuro governo estadual, caso Pimentel vença. Na avaliação geral, a pré-candidatura própria, de Clésio, não decolou nem iria por falta de planejamento e de alianças partidárias.
 
Não passaram despercebidas ainda a clareza e desenvoltura do empresário Josué Gomes no trato político. No encontro, ele descartou sua candidatura a governador (“não estou preparado”) e exibiu determinação em disputar o Senado, mesmo sabendo que enfrentará o favorito Antonio Anastasia (ex-governador).
 
fonte:Orion Teixeira

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário, dúvida ou sugestão.