sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A FORTUNA DOS DONOS DA GLOBO

A fortuna faz da família Marinho a mais rica do Brasil na atualidade. Individualmente, Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto aparecem na quinta, sexta e sétima posição do ranking da Forbes, com quase 18 bilhões de reais cada um. Na versão 2012 do ranking, só se via “Roberto Irineu e família”, na sexta posição, com 12 bilhões de reais. Segundo a revista, em 2013 foi possível identificar com mais certeza a fortuna dos irmãos de forma separada. E que diferença.
A aparição na lista de 2012 da Forbes marcou a volta da família Marinho a este tipo de ranking. O clã estava ausente desde 2003. Não sem razão. O conglomerado enfrentou diversos problemas financeiros durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Muito ligado aos meios de comunicação, o então presidente tucano sempre estendeu o tapete à emissora. Primeiro enterrou todo e qualquer projeto de lei de comunicação de massa (foram três durante os seus dois mandatos). Depois mudou um artigo da Constituição para permitir a entrada de 30% de capital estrangeiro nas empresas de mídia. Por fim, lançou a boia propriamente dita. Em outubro de 2002, a família anunciou um calote nos devedores com o objetivo de forçar a renegociação de dívidas. Meses antes, com as contas no vermelho, o governo ofereceu um socorro de 280 milhões de reais à Globocabo, companhia do conglomerado, por meio de um financiamento camarada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Sob Lula, a situação financeira mudou. No ano passado, o faturamento do grupo aproximou-se dos 17 bilhões de reais, três vezes mais do que há uma década, e o lucro, dos 4 bilhões.
No início de novembro, o senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, pediu formalmente ao governo explicações sobre todos os empréstimos do BNDES à emissora, bem como sobre eventuais benefícios creditícios concedidos à empresa. Baseado na mesma prerrogativa parlamentar, cobrou informações sobre o pagamento de impostos pelo grupo. Requião está especialmente interessado em uma multa de 730 milhões de reais que o Fisco tenta aplicar à Globo. Para o Leão, a empresa praticou fraude contábil ao negociar um perdão de 158 milhões em dívidas com o banco JP Morgan em 2005. A emissora contesta a cobrança, mas foi derrotada em setembro em uma das instâncias do Ministério da Fazenda, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
A situação fiscal despertou interesse depois de vir à tona, em junho, um enrosco tributário. Segundo investigações da Receita Federal, o conglomerado teria sonegado o Imposto de Renda ao usar um paraíso fiscal para comprar os direitos de transmissão da Copa de 2002. Quando as apurações terminaram, em outubro de 2006, a autarquia quis cobrar 615 milhões de reais da emissora. Semanas depois, a papelada do processo desapareceu da sede da Receita no Rio de Janeiro. Em janeiro de 2013, a funcionária da Receita Cristina Maris Meinick Ribeiro foi condenada pela Justiça a quatro anos de cadeia como responsável pelo sumiço. No processo, ela disse ter agido por livre e espontânea vontade. Plim-plim.
*Colaborou Miguel Martins

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