Três meses depois da eclosão das grandes manifestações de rua e do
derretimento de sua popularidade, a presidente Dilma Rousseff, conforme
pesquisa divulgada nesta terça-feira (10) pela CNT (Confederação
Nacional do Transporte), conseguiu recuperar parcela pequena do terreno
perdido e experimenta um crescimento significativo na aprovação popular
ao programa Mais Médicos, que se tornou uma de suas maiores apostas para
as eleições do ano que vem.
Conforme o levantamento, feita pelo instituto MDA Pesquisa entre os dias
31 de agosto e 4 de setembro, o governo Dilma é aprovado por 38,1% dos
entrevistados. A avaliação pessoal do desempenho da presidente está em
58,0%.
A última pesquisa, feita em julho, e que já contabilizava os efeitos das
manifestações, apontava uma aprovação de 31,3% ao governo Dilma. No
início de junho, logo antes da eclosão das manifestações, esse índice
era de 54,2%.
Na avaliação do desempenho pessoal de Dilma, o levantamento anterior
também apontava forte queda. No intervalo de um mês, sua popularidade
caiu de 73,7% para 49,3%.
Os índices divulgados nesta terça, portanto, apontam uma recuperação de
cerca de 20% na aprovação do governo em relação aos números
pré-manifestações.
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS
A pouco mais de um ano das eleições presidenciais, em que Dilma tentará a
reeleição, as pesquisas seguem favoráveis à sua candidatura, embora sem
uma zona de conforto significativa. Ela não seria eleita em primeiro
turno, conforme todos os cenários pesquisados pela CNT/MDA.
No entanto, ela conseguiu ampliar, ainda que dentro da margem de erro de
2,2 pontos percentuais, a distância para Marina Silva, que continua em
segundo lugar na pesquisa.
Dilma, conforme a pesquisa, tem 36,4% das intenções de voto. Marina vem
em seguida, com 22,4%. Na sequência, vêm Aécio Neves (PSDB), que manteve
os mesmo 15,2% do levantamento anterior, e Eduardo Campos (PSB), com
5,2% da preferência dos eleitores.
Na pesquisa de julho, Dilma tinha 33,4% das intenções de voto. Em
seguida, vinha Marina Silva (20,7%), Aécio Neves (15,2%) e Eduardo
Campos (7,4%). O número de votos nulos e branco, além daqueles que não
votariam em nenhum dos nomes apresentados, chegava a 17,9%.
Apesar da vantagem nas pesquisas, a rejeição a Dilma é a maior entre os
potenciais candidatos pesquisados. Não votariam nela "de jeito nenhum",
segundo a pesquisa, 41,6% dos entrevistados.
MAIS MÉDICOS
A pesquisa CNT/MDA também avaliou a receptividade da população ao
programa Mais Médicos, que prevê a contratação de médicos estrangeiros
para suprir carências de pessoal em municípios no interior do país.
A medida é bastante criticada pela oposição e vem gerando forte
polêmica, com restrições também de entidades médicas. No entanto, a
pesquisa aponta que 73,9% são favoráveis à contratação de médicos
estrangeiros pelo programa do governo. Em julho, eram 49,7% aqueles que
se diziam favoráveis à medida.
Além disso, metade dos entrevistados (49,6%) diz acreditar que o
programa do governo solucionará "os graves problemas de saúde do país".
O levantamento também buscou mapear o grau de preocupação da população
com o cenário econômico do Brasil. Entre os entrevistados, 52,8% se
dizem "preocupados" ou "muito preocupados" com a situação econômica do
país.
A pesquisa foi realizada com 2.002 eleitores, em 135 municípios. A
margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou
para menos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe o seu comentário, dúvida ou sugestão.