Tido como certo até algumas semanas atrás, o apoio do Partido Verde à candidatura presidencial da ex-ministra Marina Silva subiu no telhado. Natural do ponto de vista programático, a aliança entre o PV e a futura Rede Sustentabilidade (que ainda precisa ser legalizada) sofre resistência de militantes de ambos os lados, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Comandado com mão de ferro por José Luiz Penna, o PV não ficou contente de ter sido usado como legenda de aluguel por Marina em 2010, quando a ex-senadora obteve perto de 20 milhões de votos. De sua parte, os marinheiros que deixaram a sigla com a líder ambientalista não engolem o núcleo duro da legenda.
"O PV é um partido sem democracia interna, com pouca participação da militância nas decisões", afirma Pedro Ivo, membro da executiva provisória da Rede.
"A aproximação seria interessante para o PV e para a candidatura de Marina, mas a resistência é recíproca. O campo que os dois ocupam é pequeno demais para duas candidaturas", diz o ex-deputado Fernando Gabeira (RJ).
A democracia interna de que fala Pedro Ivo também foi cobrada de Penna por Marina. Em contrapartida, os apoiadores de Penna acusaram a ex-ministra de querer dominar a sigla. A situação ficou insustentável quando a ex-senadora passou a defender abertamente a saída de Penna da presidência.
O embate terminou com a debandada de Marina e seu grupo em julho de 2011. Já naquele momento, falava-se na criação de um novo partido, que poderia se chamar Partido da Causa Ecológica. Dois anos depois, a sigla seria batizada de Rede.
Hoje o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), que continua no PV até a legalização da nova legenda, é um dos poucos defensores de uma aliança.
O problema da Rede é simples. Se descartar uma aliança com o PV, sobram poucos partidos com os quais poderia se unir. A agremiação sonha com PPS, PSOL e PSB e lança mão do bom desempenho de Marina nas pesquisas atualmente.
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