Existem políticos cuja ascendência deriva de sua capacidade de estabelecer laços afetivos com o eleitorado. Por razões às vezes misteriosas, conseguem que milhões de pessoas gostem deles, sem, aparentemente, despender qualquer esforço. Têm aquilo que Max Weber chamava carisma.
Em nossa história, conhecemos alguns. Os mais velhos se lembram de Juscelino. E há hoje um exemplo maior: Lula.
Outros adquirem liderança sem contar com o carinho da população, apenas através do exercício do poder. Mandam e são obedecidos. Mais que respeitados, são temidos, pois as pessoas supõem que, assim como fazem o bem quando querem, podem fazer o mal - e o fazem.
Na Bahia, havia quem sentisse genuíno amor por Antonio Carlos Magalhães, mas sua força vinha, principalmente, do controle que mantinha da vida do estado. O cidadão comum acreditava que aborrecê-lo custava caro.
A imagem de alguns está lastreada na inteligência e no saber. Não despertam afeições ou submetem pela autoridade. São técnicos habilidosos, que estudaram as respostas aos problemas que a sociedade enfrenta. As pessoas os seguem por pragmatismo: porque funcionam.
Há uns anos, Jaime Lerner entrou por essa porta na vida política. Foi prefeito de Curitiba, governador e chegou a ser cogitado para a presidência. Até hoje, é citado como especialista em gestão.
Grandes são os políticos que reúnem todos esses elementos. Quando carisma, autoridade e competência – em graus variáveis - se combinam, surgem os líderes verdadeiros, os que influenciam o resultado das eleições.
sociológo, Marcos Coimbra.
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