
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) recorreu ao poeta Carlos Drummond de Andrade para atribuir o fracasso do impeachment, sua obsessão há mais de um ano, ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), investigado por corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e venda de medidas provisórias; "No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho. Tem o Eduardo Cunha no meio do caminho e essa questão terá que ser resolvida”, afirmou, em entrevista publicada nesta segunda-feira; no entanto, foi a afobação de Aécio que construiu uma aliança espúria entre o PSDB e Cunha, da qual os tucanos dificilmente conseguirão se desvencilhar.
Minas 247 – Depois de ajudar a eleger Eduardo Cunha (PMDB-RJ) presidente da Câmara dos Deputados e selar com ele uma aliança espúria, que tinha como objetivo um golpe contra a democracia brasileira por meio de um artificial processo de impeachment, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tem hoje um mico nas mãos. Trata-se do próprio Eduardo Cunha.
Para explicar a situação em que se encontra, em entrevista publicada nesta segunda-feira (leia aqui), Aécio recorreu aos versos de Carlos Drummond de Andrade, no poema "No meio do caminho".
"Acho que a situação dele chegou a um ponto insustentável. As denúncias se avolumam, as respostas são muito pouco consistentes e o processo do Eduardo Cunha, de alguma forma, se coloca como diria o poeta da minha terra: 'No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho'. Tem o Eduardo Cunha no meio do caminho e essa questão terá que ser resolvida", disse o senador Aécio, em sua entrevista.
A questão é que essa pedra foi colocada pelo próprio senador, que não se deu conta de uma imensa contradição – mesmo com boa parte da mídia conservadora a favor, seria impossível levar adiante uma cruzada moralista, que tivesse como objetivo impedir uma presidente reconhecidamente honesta, tendo como cavaleiro principal Eduardo Cunha.
A entrevista do senador é praticamente uma admissão de que o impeachment Cunha-Aécio ruiu e que, agora, a aposta dos tucanos, que não desistiram de golpear a democracia, será cassar tanto a presidente Dilma como o vice Michel Temer por meio de uma ação no Tribunal Superior Eleitoral.
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