A União Democrática Nacional (UDN ) nasceu na redemocratização de 1945 e veio a falecer na ditadura de 1964.
Na economia, caminhava na praia do liberalismo e defendia as portas escancaradas ao capital estrangeiro. Na política, sentou praça na direita e com três derrotas seguidas - duas com Eduardo Gomes e outra com Juarez Távora - tomou gosto pelo golpismo.
Com apoio das classes médias urbanas, o respaldo de setores importantes da elite e os trombones da mídia, em menos de 20 anos de existência tentou três golpes.
O primeiro foi evitado com um tiro no peito, o segundo quem falou grosso foi a espada do Marechal Lott ( Juscelino quase não assume) e na terceira tentativa não teve jeito: as vivandeiras foram aos quartéis e derrubaram o governo constituído de João Goulart.
O PSDB veio ao mundo pela costela esquerdista do PMDB e no poder, aconchegou-se no colo da centro-direita abraçado ao udenismo do DEM. Conta com a simpatia do eleitorado das classes sociais mais privilegiadas( a turma da Veja e do JN), tem forte apoio da imprensa tradicional e transita com desenvoltura nos corredores da burguesia nacional.
Levantou a bandeira do neoliberalismo, privatizou o patrimônio nacional, perdeu quatro eleições seguidas e anda chafurdando no lamaçal do golpismo.
O discurso que caracterizou o udenismo foi a defesa da moralidade e o denuncismo sem tréguas. 'A revolta da população contra as reformas de base' e a 'impopularidade de Jango' respaldaram a queda do presidente.
Pesquisas realizadas pelo IBOPE às vésperas do movimento de 64 destroçam os argumentos golpistas: 72% apoiavam a reforma agrária, enquanto 70% aprovavam o governo João Goulart. Trancada à sete chaves, a enquete só foi liberada para os arquivos da Unicamp trinta e nove anos depois(2003)
O que mais chama atenção no Brasil de hoje, é a cara-de-pau tucana querendo transformar as 'pedaladas fiscais' inauguradas pelo seu próprio governo, em pretextos para derrubar 54 milhões de votos.
Se a UDN cavalgou na mentira para derrubar o governo esquerdista de Jango, o PSDB monta na garupa da leviandade para forçar a queda da presidenta Dilma, presa e torturada pelos udenistas de 64.
Autor:Sebastião Costa
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