terça-feira, 21 de julho de 2015

EX-SERETÁRIA DO GOVERNO ANASTASIA É INVESTIGADA NO ESCÂNDALO DA EMBRAFORTE



A conclusão do inquérito policial sobre o golpe milionário que a empresa de transporte de valores Embraforte teria aplicado contra o Banco do Brasil não encerra as investigações sobre o caso. A promotora de Defesa do Patrimônio Público Elisabeth Cristina dos Reis abriu nova investigação para apurar “suposta ingerência indevida” por parte da então secretária de Estado de Planejamento de Minas, Renata Vilhena – que exerceu o cargo entre os anos de 2006 e 2014. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) tomou a medida com base nas informações repassadas pela Polícia Civil, que indicam que o esquema fraudulento teria se dado à sombra do prestígio de Renata, que é irmã e tia dos donos da transportadora.

A investigação do MPMG foi aberta em 29 de junho, cerca de 20 dias após o delegado Cláudio Freitas Utsch Moreira ter entregue ao órgão relatório com pedido de indiciamento e prisão preventiva dos três proprietários da Embraforte: Marcos André Paes de Vilhena e seus filhos Pedro Henrique Gonçalves de Vilhena e Marcos Felipe Gonçalves de Vilhena, bem como o gerente da empresa e braço-direito dos sócios, Mário Pereira de Carvalho. Conforme conclusão do delegado no inquérito, “o poder de Renata esteve sempre pronto a ‘auxiliar’ o irmão (Marcos André)”.
Além da análise criminal do golpe, que já corria na 12ª Promotoria de Justiça de Belo Horizonte, a 17ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público abriu investigação e enviou ofício, em 1º de julho, para Utsch Moreira, solicitando que, no prazo de 15 dias, o delegado prestasse informações e apresentasse documentos e provas que indiquem a “suposta ingerência indevida” da ex-secretária. O delegado não foi encontrado para dizer se cumpriu a determinação – a assessoria do MPMG não informou se as solicitações foram cumpridas.
Depoimento. A reportagem teve acesso ao depoimento do ex-gerente da Embraforte Mário Pereira de Carvalho. Ele era o único que faltava ser ouvido pela polícia. Carvalho se apresentou espontaneamente, em 6 de julho, e, segundo o inquérito, confirmou que a empresa abastecia os caixas eletrônicos do Banco do Brasil com dinheiro inferior ao registrado no sistema e que o valor não depositado era usado para pagar funcionários, tributos, fornecedores e outros interesses da empresa. Ele também disse que ouviu falar que, certa vez, um caminhão da transportadora apreendido foi “liberado por interferência de Renata”.
Questionado se já havia repassado dinheiro para a conta dos Vilhena, o gerente informou que fez vários depósitos em grandes quantias para a diversas pessoas físicas e jurídicas, mas que não se lembravas dos nomes. Uma fonte informou que foi pedida a quebra de sigilo bancário de Carvalho, mas a informação não foi confirmada pela Polícia Civil.
Outro lado
Resposta. Na tarde desta segunda, a reportagem tentou contato com Renata Vilhena e com as assessorias de imprensa dos ex-governadores Antonio Anastasia e Alberto Pinto Coelho, mas não obteve retornos.
O que diz o inquérito policial
Contrato
. A Embraforte prestou serviço para o Banco do Brasil entre os anos de 2007 e 2013. A empresa abastecia caixas eletrônicos da instituição em Belo Horizonte e em Varginha e Passos, no Sul de Minas.

Esquema. Os malotes saíam da empresa com montantes inferiores aos declarados nas guias de controle fixadas no pacote.

Vigilantes. Quando abriam o malote para colocar o dinheiro nos caixas, os vigilantes percebiam a diferença, porém eram coagidos pela empresa a indicar no sistema bancário que o abastecimento estava sendo realizado com o valor registrado nas guias.

Depoimentos.Vários funcionários confirmaram o golpe em depoimento à polícia. Os sócios da Embraforte negam o crime.

Crimes. Os sócios e o gerente da Embraforte foram indiciados por estelionato, apropriação indébita, associação criminosa, falsidade ideológica, crime continuado e crime contra o sistema financeiro.

fonte:otempo

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