A gestão Anastasia (renúncia) que termina com a posse do vice-governador Alberto Pinto Coelho mostra números de crescimento de 22% nos índices de
criminalidade, entre 2012 e 2013. Na infraestrutura, outro gargalo, o
programa Caminhos de Minas, criado para asfaltar estradas no interior do
Estado, só cumpriu 22% da meta. A promessa era de que fossem
pavimentados 7.600 km de rodovias, mas até o momento, apenas 1.705 km
foram concluídos.
Também não saíram do papel duas importantes intervenções para a região
metropolitana de Belo Horizonte que estavam no plano de governo do
tucano: a reestruturação do Anel Rodoviário e a construção do Rodoanel.
Durante seu mandato, Antonio Anastasia precisou conter os gastos da
máquina pública. No ano passado, anunciou medidas para economizar R$ 1
bilhão. O número de secretarias caiu de 23 para 17 e cargos
comissionados foram cortados.
O cientista político Malco Camargos, professor da PUC Minas, avalia que
a gestão Anastasia foi claramente dividida entre o perfil técnico de
boa parte da equipe e o político do secretariado. “Comparando-o com seu
antecessor, um político (senador Aécio Neves), o governo anterior – do
qual Anastasia fazia parte do corpo técnico como secretário de Estado de
Defesa Social e de Planejamento – foi mais eficiente. Agora, com a
composição política das secretarias, houve queda de produção. Cito o
caso da segurança pública, que acredito ser a maior lacuna de seu
governo”, afirma Camargos. A Defesa Social foi ocupada pelo deputado
estadual Lafayette Andrada (PSDB) e hoje está sob o comando do promotor
de Justiça Rômulo Ferraz.
Entre os servidores, não faltam questionamentos ao governador. O
presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais
(Sindpol), Denílson Martins, lembra que a promessa de novo concurso para
investigadores e a implementação do projeto Delegacia Modelo não saíram
do papel. “Acho que a população percebe que não temos o que comemorar. A
segurança piorou muito em função da falta de investimentos em pessoal e
infraestrutura”.
Para o coordenador do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de
Minas Gerais (Sind-Saúde), Renato Barros, a falta de estrutura tem
afastado os profissionais. “O governo não reviu nosso plano de carreira.
Hoje, cerca de 30% dos servidores que entram para o Estado desistem nos
primeiros anos pela falta de estrutura. O sistema fica sobrecarregado e
não dá conta da demanda”.
As críticas ao governador são ainda mais duras quando vêm dos
servidores da educação, responsáveis pela greve mais longa da história
do Estado. Em 2011, o governo Anastasia enfrentou 112 dias de
paralisação dos professores. “As carreiras estão congeladas.
Em 60% das
escolas, não há quadra, refeitório ou laboratório”, afirma Beatriz
Cerqueira, coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação
de Minas Gerais (Sind-UTE).
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