sexta-feira, 4 de abril de 2014

ANASTASIA DEIXA O GOVERNO DE MINAS, COM ALGUNS NÚMEROS NEGATIVOS


A gestão Anastasia (renúncia) que termina com a posse do vice-governador Alberto Pinto Coelho mostra números de  crescimento de 22% nos índices de criminalidade, entre 2012 e 2013. Na infraestrutura, outro gargalo, o programa Caminhos de Minas, criado para asfaltar estradas no interior do Estado, só cumpriu 22% da meta. A promessa era de que fossem pavimentados 7.600 km de rodovias, mas até o momento, apenas 1.705 km foram concluídos.
Também não saíram do papel duas importantes intervenções para a região metropolitana de Belo Horizonte que estavam no plano de governo do tucano: a reestruturação do Anel Rodoviário e a construção do Rodoanel.
Durante seu mandato, Antonio Anastasia precisou conter os gastos da máquina pública. No ano passado, anunciou medidas para economizar R$ 1 bilhão. O número de secretarias caiu de 23 para 17 e cargos comissionados foram cortados.
O cientista político Malco Camargos, professor da PUC Minas, avalia que a gestão Anastasia foi claramente dividida entre o perfil técnico de boa parte da equipe e o político do secretariado. “Comparando-o com seu antecessor, um político (senador Aécio Neves), o governo anterior – do qual Anastasia fazia parte do corpo técnico como secretário de Estado de Defesa Social e de Planejamento – foi mais eficiente. Agora, com a composição política das secretarias, houve queda de produção. Cito o caso da segurança pública, que acredito ser a maior lacuna de seu governo”, afirma Camargos. A Defesa Social foi ocupada pelo deputado estadual Lafayette Andrada (PSDB) e hoje está sob o comando do promotor de Justiça Rômulo Ferraz.

Entre os servidores, não faltam questionamentos ao governador. O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol), Denílson Martins, lembra que a promessa de novo concurso para investigadores e a implementação do projeto Delegacia Modelo não saíram do papel. “Acho que a população percebe que não temos o que comemorar. A segurança piorou muito em função da falta de investimentos em pessoal e infraestrutura”.

Para o coordenador do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde), Renato Barros, a falta de estrutura tem afastado os profissionais. “O governo não reviu nosso plano de carreira. Hoje, cerca de 30% dos servidores que entram para o Estado desistem nos primeiros anos pela falta de estrutura. O sistema fica sobrecarregado e não dá conta da demanda”.

As críticas ao governador são ainda mais duras quando vêm dos servidores da educação, responsáveis pela greve mais longa da história do Estado. Em 2011, o governo Anastasia enfrentou 112 dias de paralisação dos professores. “As carreiras estão congeladas. 

Em 60% das escolas, não há quadra, refeitório ou laboratório”, afirma Beatriz Cerqueira, coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE).

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