domingo, 6 de outubro de 2013

" SUCESSÃO MINEIRA"

A semana passada foi decisiva para as articulações destinadas à disputa pelo governo de Minas em 2014. Embora todos os principais atores neguem, as filiações partidárias já apontam para o papel de cada um deles no tabuleiro do xadrez da sucessão estadual mineira.
As adesões do presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro, ao PP, do empresário Josué Gomes ao PMDB e do presidente do Clube Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, ao PSB já sugerem a formação das chapas majoritárias dos dois polos: o PT e o PSDB.
Do lado petista, não há dúvidas de que o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior, Fernando Pimentel, será o candidato a governador. O quebra-cabeça fica por conta da montagem do resto da chapa. Os petistas contam com o PMDB como aliado prioritário, e a filiação de Josué Gomes, empresário e filho do vice-presidente de Lula, José Alencar, é entendida como o sim dos peemedebistas para o casamento.
Apesar de algumas lideranças peemedebistas, como senador Clésio Andrade, defenderem candidatura própria, nos bastidores, muitos admitem que a filiação de Josué, pelas mãos de Lula, não deixa dúvida de que o empresário será o vice de Pimentel. Eles ainda afirmam que, muito provavelmente, o PMDB também ficará com a vaga para a disputa ao Senado. Os dois cargos na chapa majoritária seriam uma forma de compensar o fiel aliado pela desistência da candidatura própria em Minas.
Ainda devem seguir com os petistas o PCdoB, o PRB e o recém-criado PROS, que abriga muitos daqueles que estavam na base aliada do governo federal e, ao mesmo tempo, apoiavam a gestão tucana em Minas.
No outro polo está o PSDB, que também promoveu uma movimentação surpreendente nesta semana, O presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro, deixou o partido para se abrigar no PP, aliado do senador Aécio em Minas, mas base do governo federal em Brasília.
A alteração foi recebida como a sinalização de que Dinis será o candidato a vice do ex-ministro Pimenta da Veiga, tucano que voltou à política partidária pelas mãos de Aécio Neves. A tática seria ceder a vaga para o PP, com um nome de muita viabilidade eleitoral, até como uma forma de tirar o partido da base do governo federal.
Para a disputa ao Senado, o escolhido seria o governador tucano Antonio Anastasia. Mas o PP ainda seria contemplado mais uma vez. Isso porque Anastasia deixaria o governo no início do próximo ano, permitindo que o vice-governador pepista, Alberto Pinto Coelho, seja governador por, pelo menos, nove meses.
Já o PSB do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, também estaria ao lado dos tucanos. A sigla não teria espaço na majoritária, mas contaria com todo o apoio na eleição de Alexandre Kalil a deputado federal.
Carla Kreefft
Jornal O Tempo



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