Melhorou o futebol coletivo no Brasileirão. Algumas
equipes, como Cruzeiro e Botafogo, trocam passes, fazem triangulações e marcam
muitos gols, pelo chão e pelo alto. Não confundir essas jogadas aéreas, de
bolas passadas ou cruzadas das laterais e da linha de fundo, com os chutões e
os chuveirinhos, que continuam frequentíssimos. É raro um zagueiro, no
Brasileirão, ter um bom passe.
O Cruzeiro possui quase dois times do mesmo nível.
Éverton Ribeiro evoluiu nos últimos jogos. Está mais agressivo, objetivo,
finalizando mais e melhor. Antes, driblava e saía pouco do lugar. Já há pedidos
para convocá-lo. Ainda é cedo.
Apesar de tantos motivos para dar errado, continua
dando tudo certo no Botafogo. Os meninos entram e jogam como gente grande. Até
o mediano Elias fez gol de placa. Só falta seu reserva Alex fazer outro.
O Atlético-PR vai continuar entre os primeiros até
o fim da competição? Não sei. A equipe ganha e agrada. É a chance de Vágner
Mancini recuperar o prestígio. Muitos torcedores do Cruzeiro disseram que ele
foi um dos piores técnicos que já dirigiram a equipe. Vários torcedores do
Atlético falaram o mesmo de Tite, quando o Galo foi rebaixado. Luxemburgo foi
chamado de grande estrategista. Felipão, de ultrapassado no Palmeiras, é agora
referência, padrão Felipão. O mundo e o futebol dão muitas voltas.
Corinthians, Grêmio e Inter, com bons elencos,
podem crescer no segundo turno. Os times gaúchos jogam como na época em que
seus atuais treinadores eram atletas. Alguns técnicos acham que tudo gira em
torno de suas experiências. Não evoluem. Anos atrás, no Fluminense, Renato
Gaúcho disse que sua experiência de jogador era suficiente para dar nó tático
em outros treinadores.
Achei correta a saída de Paulo Autuori. Ele estava
perdido, e Muricy volta para casa. Mas os problemas no São Paulo não são apenas
de técnico, de falta de confiança e de mau-olhado. É também de pouca qualidade
individual. É uma ilusão achar que bastam dois ou três excelentes jogadores
para formar uma boa equipe. Isso só ocorre se houver conjunto e bons
coadjuvantes.
A contratação de Ganso para a mesma posição de
Jadson derrubou todos os técnicos que tentaram escalar os dois juntos e não
conseguiram. E todos ficaram insatisfeitos de ver um no banco. Esse é o grande
desafio de Muricy.
O Flamengo, em campo, parece um time pequeno,
arrumadinho, certinho. Ameaça ganhar e perde.
Copa 2014
Há quase um consenso de que Brasil, Argentina,
Alemanha e Espanha são os favoritos para ganhar o Mundial. Penso ainda que
outras seleções sul-americanas, como Colômbia, Chile, Equador e, provavelmente,
Uruguai, farão bonito na Copa. Na anterior, o Paraguai chegou às quartas de
final, e o Uruguai foi o quarto colocado. No continente, os sul-americanos
terão mais chances.
Após a Copa das Confederações, o mundo descobriu
que uma seleção de muita tradição, como o Brasil, em casa, passa a ser, talvez,
a grande favorita. A Argentina, pela proximidade, por ter Messi e por ter hoje
uma boa equipe, deve ser a maior concorrente. Se a Copa fosse na Europa, as
chances do Brasil seriam pequenas.
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