terça-feira, 28 de julho de 2015

LUIS NASSIF: PRENDERAM O PAI DO PROGRAMA NUCLEAR BRASILEIRO

Na operação Eletrobrás, a Lava Jato prendeu o Almirante Othon Luiz Pereira da Silva. Seu nome apareceu na delação premiada de Danton Avancini, diretor da Camargo Correia, que lhe teria feito três pagamentos.
Ainda há que se esperar o processo final. Hoje em dia tem-se um grupo de procuradores e delegados avalizados por um juiz e, por um conjunto de circunstâncias históricas, donos do poder absoluto de levantar provas, julgar e condenar sem a possibilidade do contraditório, valendo-se de forma indiscriminada da parceria com grupos jornalísticos.
Em outros momentos, o uso indiscriminado de denúncias por jornais produziu grandes enganos e manipulações.
É possível que Othon seja culpado, é possível que não seja, pouco importa: desde hoje está na cadeia o pai do programa nuclear brasileiro.
O Brasil deve a Othon o maior feito de inovação da sua história moderna: o processo de enriquecimento de urânio através de ultra centrífugas. Foi um trabalho portentoso, que sobreviveu às crises do governo Sarney, ao desmonte da era Collor, aos problemas históricos de escassez de recursos, enfrentando boicotes externos, valendo-se de gambiarras eletrônicas para contornar a falta de acesso a componentes básicos, cuja exportação era vetada por países que já dominavam a tecnologia.
Aqui, um perfil de Othon trazido pelo nosso blogueiro Athos:

Quem é Othon Luiz Pinheiro da Silva? 
 

No dia 14 de Setembro desse ano(artigo de 2011), o Dr. Othon Luiz Pinheiro da Silva recebeu o título de Pesquisador Emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) durante a comemoração dos 55 anos do instituto (veja o evento nesse link). Chamado até de "lenda viva" na cerimônia, há quem diga que conhecer a carreira de Othon é conhecer a História da energia nuclear no País. 

E você leitor, sabe quem é "esse cara"?


CURRICULUM VITAE

Nascido em 1939 em Sumidouro (RJ), Othon formou-se pela Escola Naval em 1960, iniciando sua carreira na Marinha no quadro de Oficiais do Corpo da Armada. Formou-se em Engenharia Naval pela Escola Politécnica de São Paulo em 1966, atuando como engenheiro naval do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) entre 1967 e 1974. Em 1978, Othon obteve sua especialização em engenharia nuclear no Massachussetts Institute of Technology (MIT). 

Foi Diretor de Pesquisas de Reatores do IPEN entre 1982 e 1984 e foi fundador e responsável pelo Programa de Desenvolvimento do Ciclo do Combustível Nuclear e da Propulsão Nuclear para Submarinos entre 1979 e 1994. Exerceu o cargo de Diretor da Coordenadoria de Projetos Especiais da Marinha (COPESP), atual Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), de 1986 a 1994. 

É o autor do projeto de concepção de ultracentrífugas para enriquecimento de urânio e da instalação de propulsão nuclear para submarinos. 

Atingiu, na Marinha do Brasil, o mais alto posto para os Engenheiros Navais: o de Vice-Almirante. 

Desde outubro de 2005, exerce a presidência da Eletronuclear – Eletrobrás Termonuclear, empresa sediada no Rio de Janeiro, responsável pela construção e pelo gerenciamento das usinas nucleares brasileiras. 

Já recebeu diversos prêmios, entre os quais a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico por serviços prestados à ciência e à tecnologia, prêmio este oferecido em 1994 pelo então presidente da República Itamar Franco.

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