O encontro não era uma convenção partidária, mas reuniu as principais lideranças políticas do PMDB mineiro e estabeleceu um consenso mínimo para chegar aonde pretendem, levando consigo a maioria dos convencionais: a coligação com o PT do pré-candidato a governador Fernando Pimentel. Começando pelos vetos, o pacto mínimo barrou aliança com os tucanos e a tese da candidatura própria, materializada no pré-candidato a governador Clésio Andrade.
Embora não tenha participado, o ex-presidente do partido Saraiva Felipe reúne-se, hoje, com o senador Clésio Andrade para levar-lhe a posição aprovada nesse encontro, que reuniu quatro dos seis deputados federais e cinco dos sete estaduais, contrária à candidatura própria. De acordo com Antônio Andrade, presidente estadual do PMDB, a proposta de candidatura própria não tem apoio interno nem decola no partido e fora dele, além de, segundo ele, afetar a reeleição das bancadas federal e estadual.
Andrade foi ainda mais enfático: “O Clésio vai entender, porque ele também quer o melhor para o partido. Defender candidatura própria é ação de tucano para isolar o PT na disputa estadual”, diz o dirigente, convencido de que seu partido tem chances de, com a aliança petista, ampliar as bancadas e participar do futuro governo estadual petista.
A reunião das duas bancadas teve também o objetivo de fortalecer Andrade no comando estadual e isolar a dissidência declarada pelo deputado federal Leonardo Quintão, membro da executiva estadual e presidente do PMDB de Belo Horizonte. Na semana passada, Quintão pediu o afastamento de Andrade por sua tendência de apoiar a aliança com o PT e pelo fato de ele ter dissolvido o diretório de BH. Andrade reabilitou o diretório ontem e recebeu, na mesma hora, pedido de intervenção na mesma instância partidária. Na próxima segunda-feira, durante a reunião da executiva estadual, será aberto processo de dissolução do diretório dirigido por Quintão.
Na mesma reunião de segunda-feira, a executiva deverá aprovar a participação do partido na caravana do PT, modelo de pré-campanha eleitoral adotado por Pimentel, que passará a se chamar “caravana da oposição”, incluindo outros aliados além do PMDB. São decisões preliminares, que não têm o poder de uma convenção, mas vão fechando o cerco à proposta de candidatura própria e mais ainda à de aliança com os tucanos. Andrade esclareceu que seu objetivo é promover uma convenção homologatória das decisões da executiva em vez de disputa interna.
Além dos deputados estaduais e federais, participou do encontro o empresário Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar, que reafirmou sua disposição de enfrentar a disputa mais difícil na eleição estadual: uma vaga ao Senado contra o favoritismo do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB).
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